País: Portugal
Concelho: Penela
Freguesia: União das
Freguesias de São Miguel, Santa Eufémia e Rabaçal
Rua
do Castelo, Penela.
Classificado como Monumento Nacional
desde junho de 1910.
Implanta-se sobre uma colina
calcária, em posição dominante sobre a vila.
Acredita-se que tem origem numa
torre militar romana com a função de vigia da estrada que unia Mérida a
Conimbriga e a Braga.
Em 716 foi invadida pelos árabes que
aqui erigiram uma alcáçova.
Em 1064 foi
tomada por Fernando Magno que a entregou ao conde Dom Sesnando Davides para a repovoar, facto comprovado no seu testamento datado
de 1087. Integrava na época a chamada Linha Defensiva do Mondego e tinha como
função a guarda avançada de Coimbra.
Em 1116 ou
1117 terá voltado a cair nas mãos dos mouros.
Em 1129 foi reconquistada por Dom Afonso
Henriques que o mandou ampliar e converter o castelejo em torre de menagem.
No início do século XIV, Dom Dinis manda
edificar a torre de menagem e a cerca da vila, composta por doze torres.
No século XV, o infante Dom Pedro, Duque
de Coimbra empreendeu uma grande campanha de obras, com destaque para o Paço
Ducal e a reformulação da Igreja de São Miguel, o castelejo e a Porta da Vila.
Em 1755, o Terramoto causou a queda da
Torre do Relógio bem como a Porta com o mesmo nome. Para a reconstrução da
torre, em 1760, foi sacrificada a pedra desta porta.
No século XX encontrava-se num estado
próximo da ruína. A intervenção realizada pela Direção Geral de Edifícios e
Monumentos Nacionais, nas décadas de 1940 e 1950, conferiu-lhe a sua
configuração atual. Foram refeitas as muralhas e ameias e desmanteladas as
casas adossadas às muralhas bem como a torre sineira setecentista.
O castelo apresenta planta poligonal
irregular, de recorte sinuoso, aproveitando o escarpado natural. É constituída
pelos estilos sesnadino, românico, gótico (no seu aspeto geral) e manuelino. Alberga
no seu interior a Igreja de São Miguel e a casa paroquial/Museu de Arte Sacra.
A
Porta da Vila, também chamada de
Porta do Cruzeiro, situa-se a sudoeste. Foi erguida no século XV. Apresenta
porta em arco pleno, no exterior do qual se começou a estender o arrabalde.
A
Porta da Tradição, ou dos Campos,
situa-se a nordeste. Foi erguida no século XIV durante a ampliação da cerca do
castelo para acesso aos campos. A sua localização dissimulada permitia um trânsito
discreto. É composta por uma dupla abertura em cotovelo integrada numa torre
quadrangular, de grande eficácia defensiva: para além de dificultar a entrada
de rompante das tropas inimigas e a utilização de arietes, encurrala-as num
espaço de difícil movimentação, sujeitando-as ao disparo vertical por parte dos
defensores do castelo que se encontram no alto das muralhas e torres. Esta
saída permite contornar o castelo pelo estreito caminho de ronda entre as
muralhas e o despenhadeiro de 90 metros, num percurso de onde se desfruta ampla
paisagem envolvente.
A Porta do Relógio ou Brecha das Desaparecidas, virada a sul,
constitui atualmente a principal entrada no castelo. Era a porta que ligava o
arrabalde mais diretamente à igreja. Ficou danificada com o terramoto de 1755 e
mais tarde foi demolida.
O Castelejo ou
Torre de Menagem encontra-se no topo do mais alto afloramento rochoso. É o
troço mais antigo do castelo, construído entre as décadas de 1070 e 1080 por
Dom Sesnando. Esta pequena estrutura de recorte irregular aproveita de forma
excecional o acidentado do relevo para garantir a segurança da estrutura. Constituía
à época uma fortaleza perfeitamente autónoma, munida de todos os elementos
essenciais: panos de muralha, pátio para albergar uma guarnição militar e um
número reduzido de portas. No centro situava-se uma ampla cisterna escavada na
rocha, para a recolha e armazenamento das águas pluviais, essencial à
sobrevivência da população em caso de cerco. Foi Dom Afonso Henriques, após a
conquista aos mouros, que a converteu em torre de menagem.