Rua de Dom Francisco de Lemos, Condeixa-a-Nova.
É também conhecido por Palácio dos Ramalhos ou dos Lemos.
Está classificada como Imóvel de Interesse Público desde 21 de dezembro de
1974.
Edifício construido no século XVII. Era então conhecido como solar de
Nossa Senhora da Piedade ou Palácio dos Ramalhos de Condeixa. Tinha entrada
lateral.
Na segunda metade do século XVIII, durante a época pombalina, foi
reestruturada por ordem do bispo-conde Dom Francisco de Lemos Faria Pereira
Coutinho que mandou duplicar a fachada e construir um corpo central, em estilo
barroco. Estas obras terão sido feitas com a intenção de receber o rei Dom
José, visita que nunca se terá concretizado.
Durante as invasões francesas, o palácio escapou incólume, contrariamente
ao que se passou na vila, que foi praticamente desvastada pelas forças
napoleónicas, o que fez levantar suspeições quanto à fidelidade do seu
proprietário, Manuel Pereira Ramos de Azeredo Coutinho Ramalho, à causa
nacional, suspeitando-se de uma aliança estratégica com o quartel de Massena.
Em 1920 foi adquirido pelo banqueiro Cândido Sotto Maior, passando a ser
também conhecido por esta denominação.
Em 1950, com o falecimento do banqueiro, o palácio passou para a posse do
comandante José Correia Matoso, seu genro.
É composto por uma longa fachada de dois pisos, de carater austero,
composto por simples aberturas retangulares no piso térreo e janelas de sacada
no andar nobre. Apresentando apenas alguma preocupação de elementos
decorativos, ao estilo barroco, no corpo central. A entrada faz-se através de
uma porta retangular, ladeada por colunas coríntias que suportam uma varanda
com janela de sacada e molduras em forma de volutas. Este pano termina em
frontão triangular onde se destacam os brasões das famílias Ramalhos (junto à
janela) e Lemos (mais acima). A longa fachada é encerrada por dois torreões de
planta quadrada com telhado piramidal.
No prolongamento da fachada do palácio, encontra-se a entrada lateral de
uma capela dedicada a Nossa Senhora da Piedade. Foi construída em 1737 e
substituiu uma anterior, de onde terá sido transferida a escultura em pedra de
Nossa Senhora da Conceição. É rasgada por um portal de verga reta encimada por
frontão de enrolamentos interrompidos. No interior, as paredes são revestidas
por azulejos de cerca de 1740, de fabrico coimbrão. Os painéis exibem cenas da
vida da Virgem. Sob a tribuna, um outro painel representa o brasão dos
Ramalhos. Destaque para uma Pietá
datada de 1922, do escultor espanhol José Planas.
O palácio é rodeado por pomares e belos jardins.
Ao longo dos séculos, e à
semelhança de outros solares que recebiam com certa regularidade visitas
régias, o palácio hospedou destacadas figuras ilustres da nação como Dom João
VI (então principe regente), Dom Miguel I, Dona Maria II, Dom Pedro V, Dom
Carlos e seu filho Dom Luis Filipe, Alexandre Herculano, entre outros.