Rua
do Infante Dom Henrique, Porto.
Classificado como Monumento Nacional desde
23 de junho de 1910.
Igreja conventual construída entre 1383 e
1410. É o que resta do antigo mosteiro franciscano fundado em 1245. Trata-se do
único exemplar da arquitetura gótica na cidade.
Apresenta, no seu aspeto geral, a feição
primitiva, apesar de ao longo dos anos ter passado por muitas reformas. A principal
terá acontecido entre 1771 e 1778.
Entre 1810 e 1822, o convento foi ocupado pelas
tropas portuguesas que ali instalaram um hospital militar e a 9 de julho de
1832 foi ocupada por um aquartelamento do Batalhão de Caçadores 5.
Em 1833, no final do cerco do Porto, um
incendio provocado pelo tiroteio miguelista destruiu parte das instalações conventuais.
Uma década depois, foi construído nessas ruínas o Palácio da Bolsa.
A
fachada principal é escalonada em três panos, separados por contrafortes, sendo
visível apenas dois, pois o da esquerda está encoberto pelo Palácio da Bolsa. O
central é rasgado por pórtico de verga reta ladeada por duplas colunas
salomónicas que suportam entablamento. Este é encimado por nicho com imagem,
ladeado por almofadas em losango, colunelos salomónicos e pilastras. Termina em
frontão ondulado interrompido por cruz, flanqueado por pilastras. A grande e
bela rosácea que orna a frontaria é composta por colunelos radiantes ligados
por arcos. Simboliza a Rota Fortuna. O pano termina em empena, coroado
por cruz. O pano lateral é rasgado apenas por fresta de arco quebrado.
A fachada lateral é rasgada por duas
frestas maineladas e pórtico em arco quebrado de várias arquivoltas aberto em
gablete. Ao nível da nave central rasgam-se cinco janelas.
O
transepto, a capela adossada e a cabeceira são reforçadas por contrafortes e
rasgadas por frestas ou rosácea, na capela.
O interior apresenta planta em cruz latina,
constituída por três naves escalonadas de quatro tramos, transepto saliente e
cabeceira tripla.
Possui um dos interiores
mais ricos e esplendorosos de todas as igrejas portuguesas, sendo considerada
como a mais rica do Norte de Portugal. Famosa pela sua sumptuosa talha dourada
dos séculos XVII-XVIII, contendo mais de 200 kg de ouro no seu revestimento
escultórico.