segunda-feira, 29 de julho de 2024

Barco Senhor dos Aflitos

Portugal \ Coimbra \ Mira \ Praia de Mira
    


    Avenida Arrais Batista Cera, Rua da Praia e Rua da Igreja, Praia de Mira.
    Monumento à Liberdade, Justiça, Sacrifício, Coragem, Memória…
    Homenageia todos os Homens do Mar da Praia de Mira e todos aqueles que um dia partiram. Foi inaugurado em 25 de abril de 2015.

    Embarcação de pesca tradicional da Praia de Mira, chamada de arte xávega – processo de pesca tradicional em que as redes são lançadas ao longo da praia e depois puxadas para terra por tratores. 


    Recorda o naufrágio ocorrido em 22 de abril de 2012, quando o Senhor dos Aflitos se virou, cerca das 11 horas, junto à praia, com os tripulantes a chegarem à costa pelos próprios meios. O barco meteu água ao apanhar a primeira pancada de mar e, na segunda, voltou a acontecer o mesmo, tendo ido ao fundo.

 ahcravo.com/2012/04/22/xavega_naufragio-na-praia-de-mira (12/04/2012)


sábado, 1 de junho de 2024

Igreja Matriz de Figueiró dos Vinhos

Portugal \ Leiria \ Figueiró dos Vinhos \ União das Freguesias de Figueiró dos Vinhos e Bairradas


Praça da República, Figueiró dos Vinhos.

Dedicada a São João Baptista.

Está classificada como Monumento Nacional desde 17 de agosto de 1922.

A igreja da então Figero foi referenciada pela primeira vez em 20 de maio de 1216, sob a evocação de Santa Maria. Esta menção surge na bula Cum venerabilis frater, de Inocêncio III, onde são mencionadas algumas igrejas da atual região norte do distrito de Leiria.

A designação de São João Baptista surge entre 1320 e 1321. Durante esse século terá sido reconstruída. Deste templo nada resta.


O atual edifício terá sido construído entre os séculos XV – XVI pelos religiosos de Santa Cruz de Coimbra.

Entre 1664 e 1683 beneficiou de obras de remodelação, sendo prior Bento Pereira de Araújo.

Em 1684, o capitão-mor da Índia, Manoel Godinho de Sá, cavaleiro do Hábito de Cristo, fez doação à confraria do Santíssimo Sacramento da Igreja Matriz de Figueiró dos Vinhos de um belíssimo cofre de prata, cheio de pregaria, “por Deus o haver trazido ao Reino”. Este cofre é um exemplar único no país, considerado uma joia da ourivesaria Indo-Portuguesa, datado de 1651.

Em 1721 era benefício do colégio de Santa Cruz de Coimbra, que apresentava o prior.

O terramoto de 1755 provocou alguns estragos, logo reparados.

Entre 1777 e 1798 beneficiou de obras levadas a feito pelas confrarias do Espírito santo e do Santíssimo Sacramento.

Em 1811, as tropas napoleónicas destroem e saqueiam a igreja.

Em 1881 beneficiou de obras de reparação.

Entre 1898 e 1904 sofreu obras de remodelação sob a direção do arquiteto Luiz Ernesto Reynaud, tendo sido reformulada a fachada, com exceção do pórtico renascença, e de conservação do interior.

Na década de 1960 sofreu novas obras de conservação e restauro, tendo-lhe sido suprimidas as grades de ferro forjado que separavam as naves, bem como as balaustradas de madeira entalhada que fechavam a capela-mor e a capela do Santíssimo Sacramento e o púlpito, para além das sanefas de talha que encimavam os altares e do arco que guarnecia a capela de Nosso Senhor dos Aflitos. Demolida também a sacristia sul, com porta para a capela-mor, que ainda se conserva.


A frontaria foi remodelada entre 1898 e 1904, sob a direção do arquiteto Luiz Ernesto Reynaud.

A empena da fachada termina em corpo retangular ornado por flores-de-lis.


É rasgada por belo pórtico, em pedra lavrada, sobrepujado por frontão com volutas, interrompido por nicho com a imagem do orago São João Baptista, da autoria do escultor Simões de Almeida (tio). O portal data do último quartel do século XVI, com reparação em 1708 pelo mestre pedreiro João Álvares. Sobre este abre-se um óculo neogótico.

Está rodeada por duas torres quadrangulares, sendo a do lado norte protegida por balaustrada e encimada por coruchéu piramidal. Rasgada por janelas de moldura e gradeamentos neogóticos.


O interior é composto por três naves de cinco tramos, com a principal mais elevada, separada por colunas graníticas de capitel jónico, sobre as quais assentam arcos plenos. O teto é em madeira.

As paredes das naves ostentam várias pinturas dos séculos XVI ao XVIII.


A Arca tumular – ossário onde repousam Rui Vasques Ribeiro e sua esposa Dona Violante de Sousa, senhores de Figueiró e Pedrógão, data de 1456, ao estilo gótico. Repousa sobre dois leões. A lastra exibe os escudos dos defuntos dentro de quadrifólios, amparados por anjos, em meio relevo, enquanto as testeiras mostram a saída da alma do corpo do defunto.

O ossário esteve originalmente na capela-mor, do lado esquerdo, de onde foi removido provavelmente quando do revestimento da mesma com azulejos datados de 1716.

 


A capela do Espírito Santo foi instituída por um prior de Arega, sendo, ao tempo de Dom Afonso V, administrada pelos Senhores de Figueiró e Pedrógão. Estes devem-na ter outorgado nessa época ao seu parente Lopo Rodrigues de Magalhães.

Alberga uma escultura que representa a Santíssima Trindade datada de finais do século XV e uma pintura mostrando Pentecostes (descida do Espírito Santo) pintada no século XVII.

 


A capela-mor, dedicada ao orago São João Baptista, foi executada entre 1764 e 1799 pelo pedreiro Patrício José de Castro.

É antecedida por arco triunfal, lavrado e policromado, datado de finais do século XV.


Tem cobertura em abóbada de berço e está revestida com painéis de azulejos azuis sobre esmalte branco, representando cenas da vida de São João Baptista, datados de 1716, da autoria de Teotónio dos Santos. Estes azulejos são considerados uma das melhores obras de azulejaria portuguesa da região Centro.


O altar-mor, em talha policromada e dourada, data do século XVIII no estilo de Dom João V. Exibe uma grande tela pintada a óleo, representado O Baptismo de Cristo, datada de 1904, da autoria de José Malhoa.



A capela do Santíssimo Sacramento, em estilo barroco, ficou concluída em 1797. Destaca-se pela qualidade do conjunto.

Alberga uma escultura de Cristo Crucificado datada do século XVIII.

 

A Igreja Matriz de Figueiró dos Vinhos – A História e a Arte; À Volta dos Artistas; Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos
Painel informativo localizado junto ao monumento; 2021
Painéis informativos no interior da igreja; 2021
monumentos.gov.pt (Igreja Paroquial de Figueiró dos Vinhos / Igreja de São João Baptista), 2021

quarta-feira, 22 de maio de 2024

Jardim Parque de Figueiró dos Vinhos

Portugal \ Leiria \ Figueiró dos Vinhos \ União das Freguesias de Figueiró dos Vinhos e Bairradas



Avenida Padre Diogo de Vasconcelos e Avenida Comendador Joaquim Araújo Lacerda, Figueiró dos Vinhos.
Situado a uma cota muito inferior à da via pública e cujo acesso é feito através de grandes escadarias de aparato colocadas ao centro e lateralmente.


É também chamado de Parque Municipal Tenente Carlos Rodrigues Manata.

Inaugurado em 1930 pela Primeira Comissão de Iniciativa, presidida por Manuel Simões Barreiros. O terreno para a sua implantação foi doado por Joaquim Lopes de Paiva (1853-1941) que o possuía junto à sua residência. A doação foi feita já com os plátanos recém-plantados e que ladeiam a Avenida Padre Diogo Vasconcelos.

O traçado e a estética do jardim foram desenhados por canteiros diversos e decorrem do romantismo, na criação de espaços comuns de sociabilidade, dentro do espírito do Liberalismo oitocentista.


Apresenta uma abundante variedade de espécies florais e arbustivas e diversos pontos de água.



Os arbustos recortados com formas diversas (topiaria) foram sempre uma das caraterísticas deste conjunto, arte em que o jardineiro José Francisco Simões Júnior (1910-1997) foi mestre.

Durante a Feira de São Pantaleão, passou a ser palco anual das Festas do Parque.

Alberga ainda equipamentos lúdicos, instalações desportivas e um bar-esplanada.

Em 1998 foi premiado com a medalha de Prata no Concurso Europeu de Cidades e Vilas Floridas. Desde então, a autarquia promove anualmente o concurso Figueiró Mais Florido, incentivando o colorido das flores em cada janela e jardim.


Painéis informativos localizados junto ao jardim; 2021
monumentos.gov.pt (Parque Municipal de Figueiró dos Vinhos), 2021

terça-feira, 26 de abril de 2022

Casa dos Lobo Machado

 Portugal \ Braga \ Guimaraes \ União das Freguesias de Oliveira, São Paio e São Sebastião



    Rua Rainha Dona Maria II nº 58, Guimarães.

    Alberga a Associação Comercial e Industrial de Guimarães.

    Classificada como Imóvel de Interesse Público desde 29 de setembro de 1977.

    Casa nobre construída entre 1754 e 1757, em estilo barroco. É considerado o principal edifício civil da cidade neste estilo.

    O alçado principal, profusamente decorado, é formado por três pisos, sendo os dois primeiros originais e o terceiro posterior à obra inicial. Encontra-se pintada de branco, sendo percorrida por embasamento de cantaria, com pilastras toscanas nos cunhais.

    No piso térreo, a porta de entrada está ladeada por quatro janelas com frontões e molduras de trabalho mais simples.


    No segundo piso, que corresponde ao andar mais nobre da casa, cinco janelas de sacada, com molduras e frontões mais elaborados, são protegidas com guarda em ferro forjado. Estão encimadas por dupla cornija recortada, ornada com elementos fitomórficos que enquadram as pedras de armas da família Lobo Machado.


    O último piso é rasgado por quatro janelas de verga reta que se adaptam ao alteamento central da cornija, sendo as dos extremos de maior dimensão. Termina em friso e cornija.


Painel informativo junto ao monumento, 2021
monumentos.gov.pt (Casa dos Lobos Machados / Associação Comercial e Industrial de Guimarães); 2022

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Igreja da Misericórdia de Aveiro

 Portugal \ Aveiro \ Aveiro \ União das Freguesias de Glória e Vera Cruz


Praça da República e Rua de Coimbra, Aveiro.

Classificada como Monumento de Interesse Público desde 21 de dezembro de 1974.

Construção iniciada em 1600, obra da autoria do arquiteto Gregório Lourenço.

Em 1608 a Casa do Despacho e o corpo da igreja já estavam concluídas, faltando o pórtico e a capela-mor.

Em 1615 já existia o Hospital.

Em 1669, a capela de Santo Ildefonso, onde foi instituída a Misericórdia de Aveiro em inícios do século XVI, deixou de ser utilizada, considerando-se, portanto, que as obras da igreja já estariam concluídas.

Entre 1775 e 1830 serviu de Sé de Aveiro.

 

A fachada está revestida a azulejos do tipo estampilha, datados de 1867, e é rasgada por belo e grandioso pórtico de dois pisos, de ornamentação barroca-maneirista.


No piso inferior, assente num embasamento, abre-se ao centro um portal arquivoltado tendo, de cada lado, duas colunas coríntias com terço inferior decorado e entre elas, um nicho com escultura encimado por medalhão.


Dividido por entablamento muito pronunciado, o segundo registo é constituído ao centro por uma edícula emoldurada por pilastras decorada com a escultura de Nossa Senhora da Conceição. Termina com escudo Real entre volutas, ladeado pela Cruz da Ordem de Cristo e pela Esfera Armilar, ambas entre urnas.

A frontaria tem remate triangular, ladeado por dois pináculos e com cruz assente num plinto, ao centro.

 

O interior, de nave única e capela-mor, é admirável pela sua amplitude e leveza. Tem cobertura em abóbada de canhão, formando caixotões, assente em entablamento. As paredes são revestidas a azulejos de padrão, seiscentistas, de fabrico lisboeta, organizados em dois níveis, ao longo da nave. 


Destaque para o banco dos mesários em talha dourada, estilo Dom José.

O coro-alto, em cantaria, assenta em arco abatido. Está revestida a azulejos de fabrico moderno, reproduzindo o padrão inicial. Uma balaustrada protege o órgão de tubos.

O arco cruzeiro desenvolve-se em três registos, ladeado por dois retábulos laterais em pedra com esculturas de vulto.


A capela-mor, com cobertura em abóbada de berço formando caixotões em pedra de Ançã policromada, alberga um retábulo maneirista de talha dourada revestindo toda a parede fundeira e frescos barrocos parietais.

Tem adossado, ao seu lado esquerdo, a Casa do Despacho, constituída por dois pisos, sendo o inferior formado por profusa decoração da autoria de Gregório Lourenço, datado de 1928, e pátio interior.

 

Painel informativo localizado junto ao monumento, 2021
monumentos.gov.pt (Igreja da Santa Casa de Misericórdia de Aveiro), 2021

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Convento das Carmelitas (Aveiro)

 Portugal \ Aveiro \ Aveiro \ União das Freguesias de Glória e Vera Cruz


Praça Marquês de Pombal, Aveiro.

É também conhecido por convento de São João Evangelista.

Classificado como Monumento Nacional desde 23 de junho de 1910.


Tem origem num monumental Paço, de quatro torres, mandado construir por Dona Brites de Lara e Meneses, viúva de Pedro de Médici, para sua residência e destinado, por testamento, a um convento.

O convento foi fundado em 1657, para servir as monjas Carmelitas Descalças. As obras ficaram concluídas em 1738.


Em 1904, para que pudesse ser aberta a atual praça, muito do edifício conventual foi demolido, restando atualmente uma das torres, parte do claustro e parte das dependências das monjas.

Mais tarde, os antigos anexos conventuais serviram como posto da Polícia de Segurança Pública (PSP) e Tribunal.

 

A igreja demorou cerca de 200 anos para ficar concluída, sendo terminada apenas em finais do século XVIII, beneficiando de muitas ofertas dos Duques de Aveiro.

A fachada é rasgada por portal rematado por frontão semicircular interrompido por cruz e janelão retangular. Termina em frontão triangular com emblemática heráldica e remate boleados assente em plintos, elevando-se no topo, sobre pedestal, cruz de hastes retas.


Apresenta um interior harmonioso, com decoração que vai do maneirismo ao rococó, no modelo português das igrejas forradas de ouro, onde o dourado da talha dourada se mistura com os painéis de azulejos azul e branco.

Os azulejos, datados do segundo quartel do século XVIII, são de manufatura coimbrã de António Vital Rifarto, com temática bucólica e cenas relacionadas com a vida de eremitas.

Os tetos da nave e do coro são ornados com pinturas da vida de Santa Teresa, datados dos séculos XVII e XVIII.


A capela-mor guarda um amplo retábulo, assente em alto embasamento, constituído por corpo em arquivoltas assente em colunas torsas que abrem dois nichos albergando estatuária e, rasgada ao centro, por camarim profundo de cobertura em concha ocupado por trono de degraus com oratório tríplice.


No enfiamento da capela-mor, duas portas dão acesso à sacrista.


Do lado da Epístola, corpo anexo com grade cravada.

 

Painel informativo localizado junto ao monumento, 2021
monumentos.gov.pt (Igreja das Carmelitas / Igreja de São João Evangelista), 2021

domingo, 9 de janeiro de 2022

Parque Infante Dom Pedro

 Portugal \ Aveiro \ Aveiro \ União das Freguesias de Glória e Vera Cruz


Avenida Artur Ravara e Avenida de Araújo e Silva, Aveiro.

Localizado na cerca do antigo convento franciscano de Santo António.

Parque classificado como Património Municipal.

Foi constituído em 1862 como Passeio Público. Representava a principal área ajardinada da cidade e funcionava como palco dos grandes acontecimentos socioculturais de Aveiro.

O parque como o conhecemos foi inaugurado em 1927.

Nos finais do século XX, o espaço prolongou-se para a área conhecida como Baixa de Santo António.

 

Lugar deslumbrante, de dimensão bastante generosa.

Por todo o parque há uma grande diversidade de árvores, tanto de espécies nativas como de origens distantes, constituindo uma coleção botânica impressionante.

 

A ribeira que atravessava a zona foi aproveitada para a criação de um amplo lago que domina grande parte do recinto e é casa de inúmeros peixes, patos e de outros animais.

 

Duas pontes pedonais, sobre o lago, ligam as duas margens.

 

A Casa de Chá, junto ao lago, é uma construção do século XX, de caraterísticas românticas. As suas cores garridas contrastam com o verde que se espalha à volta.

 

Todo o parque está interligado com a água. Várias fontes e chafarizes encontram-se espalhados pelo local.

 

Uma escadaria de aparato, ligada a uma pérgula, alberga uma gruta artificial. 


As paredes que envolvem a caverna, estão ornamentadas com painéis de azulejos alusivos à região, da autoria de Licínio Pinto.

 

O Coreto é uma construção de inícios do século XX, exemplar da arquitetura do ferro, com influência decorativa Arte Nova. Obra do engenheiro António Augusto de Araújo e Silva.

Apresenta planta octogonal com base em alvenaria e cantarias em granito, rebocado e pintado de amarelo com faixas brancas, sendo protegida por gradeamento em ferro forjado. 


Em cada uma das arestas ergue-se uma coluna em ferro sustentando a cobertura também em ferro, encimada por pequeno lanternim coroado por lira. A ornamentação revela formas orgânicas estilizadas e elementos de cariz musical.

 

O Torreão, também chamado de Mãe de Água, foi erguido em 1920. É um antigo depósito de água com cerca de 20 metros de altura. A sua missão, com capacidade para 120 mil litros, era levar a água da ribeira de Aradas, local onde hoje está o lago central do parque, para ser utilizada na reza do jardim. Apresenta planta hexagonal, de três registos e cobertura em abóbada.

 

Dispõe de circuito de manutenção, parque infantil, campo de jogos, campo de ténis e skate park.


Mapa do Parque da Cidade de Aveiro; CM Aveiro; 2022
Painel informativo afixado no coreto do parque, 2021
monumentos.gov.pt (Casa de Chá no Parque de Aveiro), 2021
monumentos.gov.pt (Coreto do Parque Municipal D. Pedro), 2021
monumentos.gov.pt (Depósito de Água no Parque D. Pedro V), 2021
monumentos.gov.pt (Parque Municipal de Aveiro / Parque D. Pedro I), 2021

domingo, 19 de dezembro de 2021

Palacete do Grémio

Portugal \ Braga \ Fafe \ Fafe


    Rua Major Miguel Ferreira, Fafe.

    Alberga o Arquivo Municipal de Fafe.

    Palacete de arquitetura brasileira, com influências neoclássicas, mandada construir no início do século XX por João Alves de Freitas, emigrante no Brasil e que fez fortuna em Manaus e no Pará. O imóvel ficou concluído em 1912.

    Após o suicídio do seu proprietário, a 8 de outubro de 1917, no interior da Amazónia, devido a falência inesperada, o palacete é vendido a Miguel Gonçalves Cunha, sócio-gerente da Fábrica do Bugio, em Fafe.

    Posteriormente é instalado no edifício o Grémio da Lavoura e, antes de 1991 é adquirida pela Cooperativa dos Agricultores de Fafe.

    Finalmente em 2007, é adquirida pela Câmara Municipal de Fafe.


    O imóvel é composto por três pisos, à exceção do torreão, com quatro, sendo o telhado bastante inclinado, do tipo chalet.

    Todas as janelas possuem inferiormente par de painéis de azulejos com florão policromo a castanho e amarelo.

    A cornija é suportada por cachorrada e encimada por platibanda interrompida pelas trapeiras (janelas no telhado) em arco pleno.


    A fachada principal é composta por dois panos diferenciados, correspondendo o direito ao torreão.

    O primeiro registo é constituído por galeria em arco abatido, semienterrada, formando varanda balaustrada no segundo registo.


    O acesso principal é feito ao nível do segundo piso, por portal alinhado e precedido por escadaria de lanço semicircular que comunica com a varanda que percorre toda a fachada.  O pórtico, de verga reta, é rematado por frontão curvo, de volutas, interrompido por concha, e enquadrada por friso vertical com azulejos formando padrão fitomórfico, policromo a castanho e amarelo. A ladear a entrada, pela esquerda, bow-window em granito, pontuada por azulejos nos cunhais, idênticos aos restantes. Frisos de granito formando riscas, prolongam-se até parte da fachada lateral e, cujo motivo se repete no pano do torreão.

    O terceiro registo é rasgado por janela de reta sobre o portal, e par de janelas em arco pleno, cuja sacada é suportada pela bow-window com guarda em balaustrada. Estas são enquadradas por pilastras e coroadas, já na platibanda de remate por frontão curvo, de volutas, interrompido por motivo fitomórfico com concha.

    O corpo da torre é composto por par de janelas em cada um dos registos, de verga reta, à exceção das do último, em arco pleno, enquadradas superiormente por espaldar em empena, assente em modilhões. Termina em coruchéu, coroado por cata-vento.


    A fachada posterior é composta por varanda que percorre o segundo registo, com acesso nos extremos por escadarias de lanços curvos e guardas de ferro. Destaque para o corpo simétrico ao torreão, com cobertura constituída por varandim em ferro.

monumentos.gov.pt (Casa de João Alves de Freitas / Palácio do Grémio), 2021

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Antigo Quartel dos Bombeiros de Valongo

Portugal \ Porto \ Valongo \ Valongo


Largo do Centenário nº 128, Valongo.

Alberga a Oficina da Regueifa e Biscoito, espaço museológico que homenageia os ícones gastronómicos e culturais de Valongo.

Imponente imóvel edificado nos inícios do século XX, em estilo clássico.

É composto por três corpos, sendo originalmente o central mais alto que os laterais. Estes eram constituídos apenas pelos pisos inferiores. 


O granito das portas e janelas destacam-se do fundo azulejado.

A ala direita do edifício foi ocupada em 1907 pelo Theatro Oliveira Zina, mais tarde Cineclube de Valongo, com parte do telhado em gigantesca claraboia.

               Em 1991, os bombeiros passaram para a Avenida 5 de outubro, deixando o edifício ao abandono, até que no ano de 2001 foi reconvertido no espaço museológico Oficina da Regueifa e Biscoito.