Concelho: Nelas
Freguesia: União das Freguesias de Santar e Moreira
É
pertença da Sociedade Agrícola de Santar (produz vinho do Dão).
A
construção do núcleo primitivo da casa remonta ao século XVI, por João
Gonçalves do Amaral.
O solar atual é composto por dois
corpos diferenciados. O mais baixo corresponde à construção do século XVII,
sendo o segundo da centúria seguinte.
É
antecedido por passeio lajeado, desnivelado da estrada, com murete baixo, onde
assentam frades de pedra acorrentados.
O corpo primitivo desenvolve-se em
dois andares, com capela ao centro e remate em empena com cruz. O templo,
datado de 1678, é rasgado por portal retangular, encimado por cornija com
modilhões onde assenta uma pedra de armas dos Melos, Pais do Amaral e Castelo
Branco, entre dois pináculos, sobrepujado por óculo circular profundo e pequeno
nicho. Tem campanário lateral. O interior da capela é composto por nave única e
abside. É coberto por um teto de caixotões e revestido por um silhar de
azulejos padrão. Alberga pinturas e um retábulo de talha dourada seiscentista.
No pavimento encontra-se uma sepultura epigrafada do capitão-mor de Senhorim, António
Pais do Amaral, com pedra de armas encimada por chapéu eclesiástico.
O corpo setecentista é simétrico e
maior, articulado por pilastras rematadas por pináculos, com a zona central
mais alta, marcada por frontão triangular contendo brasão de armas.
Adossado
à esquerda da fachada situa-se muro com portão encimado por empena polilobada
com pedra de armas, flanqueada por pilares rematados por pináculos.
Destaque
para a Sala dos Coches com pavimento em tijoleira e teto de madeira sobre três
pilares de granito.
A
Cozinha Velha, construída em 1690, tem planta retangular. Alberga uma granítica
fonte natural tipo relicário (com nicho de Santo António) e tanque quadrangular
rasteiro, e uma ampla lareira de cantaria com grande chaminé.
No
prolongamento da fachada da Cozinha encontra-se uma fonte datada de 1700, com
revestimento azulejar figurativo, azul e branco, com cenas de caça.
Para sul
estende-se o jardim e a quinta agricultada com vinha. A quinta, com forma quase
retangular, está dividida em terraços, de cotas cada vez mais baixas à medida
que se desce a encosta de suave declive. O jardim desenvolve-se em três amplos
terraços, cada qual com diferente e rigoroso desenho de buxo. No primeiro
terraço surge um jardim de buxo do século XX que joga com roseiras, elementos
de água e estatuetas de granito. Os terraços seguintes são em desenho de buxo
centenário. É comum aos três terraços um caminho central que termina num enorme
lago envolvido por um pequeno bosque.
Num
grande pátio junto à casa surge a Fonte dos Cavalos, construída em 1727 por
ordem de José de Mello Pais do Amaral. Está revestida a azulejos datados de
1790, da autoria de José Maria Pereira do Cão, representando figuras equestres.
Possui no centro um brasão, sobre o qual uma máscara grotesca lança água para
um bebedouro de pedra.
No
extremo sul do jardim situam-se as adegas, em cuja sala de Provas existe um
arco ultrapassado de moldura decorada que assenta diretamente no chão.
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