Avenida
Ramos Pinto nº 70, Vila Nova de Gaia.
É uma das mais bonitas e especiais caves
de vinho do Porto.
É referenciada desde 1751. O patriarca da
família já então era dono de vinhas em áreas posteriormente integradas na
Região Demarcada do Douro. Os seus netos José Bernardo e António Bernardo
aumentaram consideravelmente o património agrícola que tinham herdado. O
casamento entre os seus descendentes, os primos António Bernardo e Antónia
Adelaide viria consolidar um património único e marcar de forma indelével o
futuro da Ferreira.
Dona Antónia Adelaide Ferreira ficou
viúva aos 33 anos e assumiu os negócios da empresa que consolidou e aumentou
graças ao seu espírito empreendedor e carisma. Dotada de uma energia excecional
e de um talento comercial sem rival na sociedade portuguesa do seu tempo, de
que não se conhece outro exemplo, conseguiu, apesar da agitação política da
época, dar um grande impulso à viticultura no Douro, criando quintas ainda hoje
famosas, plantando vinhas, construindo adegas modernas, abrindo estradas e
caminhos em áreas praticamente desertas, desenvolvendo métodos de viticultura e
enologia e produzindo vinhos de grande qualidade. Ao mesmo tempo desenvolveu
uma notória atividade de assistência social e financiou a construção de
hospitais, infantários e escolas, numa tal dimensão que a sua memória ainda
hoje é venerada. A sua inteligência e bondade conquistaram a calorosa admiração
dos seus contemporâneos, que lhe chamavam a Ferreirinha.
É sob este nome – Casa Ferreirinha – que, por tradição, os vinhos Douro doc da
companhia são apresentados em Portugal. Conta-se que num trágico acidente de barco rabelo, Dona Antónia flutuou
no Douro salva pelo seu amplo vestido.
Com a sua morte, em 1896, a empresa passa
a sociedade por quotas e inicia-se uma nova fase de adequação e expansão às
necessidades dos tempos.
Em 1987 foi adquirida pela Sogrape.
Nas suas caves, em Vila Nova de Gaia,
datadas de 1876 sobre um antigo convento, repousa uma das maiores e melhores
coleções de Vinhos do Porto dos séculos XIX e XX, sendo o vinho mais antigo
datado de 1815. Na sala de receção, os visitantes podem assistir à descrição das
características da região do Douro, com referência à localização das quintas,
vinhas e instalações de vinificação da Ferreira. Nos armazéns é feita uma
descrição das operações feitas ao vinho do Porto no seu processo de
envelhecimento. Segue-se uma passagem pelo pequeno museu de utensílios de
tanoaria e, por fim, tem lugar uma prova de Porto Ferreira.
Ferreira foi a primeira
marca de Vinho do Porto a abandonar a venda a granel e a primeira marca a
apostar na categoria Reserva com o vinho Dona Antónia.
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