quinta-feira, 4 de maio de 2017

Parque Urbano de Ovar

País: Portugal
Concelho: Ovar
Freguesia: União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã

Avenida Dr. Francisco Sá Carneiro e Rua Dr. António José de Almeida, Ovar.
Espaço de lazer situado no coração da cidade, ideal para desfrutar da natureza, fazer uma caminhada ou relaxar.
Ocupa um espaço esquecido pelo tempo, nas traseiras de diversas residências familiares.
Ficou concluído em 8 de outubro de 2012 e foi inaugurado a 5 de janeiro de 2013. O projeto é da autoria do arquiteto paisagista Sidónio Pardal.
O acesso ao parque, que ocupa uma área com cerca de 7,5 hectares, é feito através de uma dezena de entradas.
O parque, que tem como elemento central o rio Cáster, é composto por espaços livres, relvados e arborizados, bem como percursos pedonais, pontes e travessias ao longo das margens do rio, que ligam elementos arquitetados como ruinas.
Recentemente ganhou nova vida com a abertura de um café com esplanada e passou a usufruir de equipamentos de fitness.

sábado, 29 de abril de 2017

Mosteiro de Arouca

País: Portugal
Concelho: Arouca
Freguesia: União das Freguesias de Arouca e Burgo

Largo de Santa Mafalda e Avenida 25 de Abril, Arouca.
Dedicada a São Pedro, São Paulo e Santa Maria de Arouca.
Está classificado como Monumento Nacional desde 16 de junho de 1910.
É considerada a maior obra em granito construída em Portugal.
Possui uma arquitetura religiosa pré-românica, barroca e classicista.
Foi fundado pelos irmãos Vandilo e Loderigo, nobres de Moldes e filhos do Senhor de Moldes, possivelmente antes do século VIII, embora a época de construção registe as datas de 915-925.
Em 961, depois da morte de Loderigo e Vandilo, os seus descendentes venderam o direito de padroado a Dom Ansur e Dona Eileuva, senhores do vale de Arouca.
Entre os séculos X ao XI, não era mais do que uma pequena casa para religiosos de ambos os sexos.
A partir do século XI, passou a receber apenas monjas da Ordem Beneditina.
No século XII, com o domínio da congregação religiosa por parte de Dom Toda Viegas e família, a sua riqueza e engrandecimento tornaram-se notáveis.
Ainda neste século, Dom Afonso Henriques concedeu vários privilégios e doações às monjas, como foi o caso das cartas de couto de 1132 e de 1143.
Nos primeiros anos do século XIII, o mosteiro passou para a posse da Coroa.
Em 1210, Dom Sancho I deixou-o em testamento à sua filha Dona Mafalda, que aqui ingressou entre 1217 e 1220, trazendo inúmeros benefícios materiais.
Em 1224, a infanta Santa Mafalda, e rainha por casamento com o rei de Espanha, introduziu nele a regra de Cister ou de São Bernardo, e colocou-a sob a dependência de Alcobaça.
Em 1256, aquando da morte de Dona Mafalda, era considerado um dos mais importantes da Península Ibérica.
Em outubro de 1257 recebeu uma importante doação de Dom Afonso III.
Nos séculos XV e XVI foram realizadas diversas obras de reconstrução e ampliação do mosteiro.
No século XVII o mosteiro arde.
No século XVIII o mosteiro foi muito ampliado. Data deste período a construção do imponente edifício tal como o vemos hoje. 
Em 1834, já como mosteiro feminino, viria a extinguir-se em virtude da lei que aboliu as ordens religiosas, e as monjas que permanecem são despojadas a pouco e pouco do seu património, transitando todos os seus bens para a Fazenda Pública.
Em 1886, após a morte da sua última monja, é criada a Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda, para preservar o culto da padroeira de Arouca e administrar os objetos do convento.   
Do antigo mosteiro do século X e das sucessivas reconstruções medievais, apenas resta um pequeno troço do muro de uma igreja.
Forma um grande retângulo com três pátios interiores de onde se salienta, a norte, a igreja, e, do lado oposto, o antigo celeiro.

A igreja, transformada em Matriz, foi renovada entre 1704 e 1718. É composta por uma capela-mor inserida na tipologia nortenha.
Apresenta um imponente coro com 24 metros de comprimento e 104 esplêndidos cadeirais em talha, datada de 1743. É encimado por 30 pinturas em sumptuosos painéis dourados, a representar a vida de Santa Mafalda e de diversos santos (alguns deles cistercienses). O conjunto é considerado uma das obras-primas da talha portuguesa e do barroco nacional.
Numa das alas da igreja do mosteiro, repousa a urna de Santa Mafalda.
O órgão monumental, datado do século XVIII, é considerado uma raridade. 

Uma grande parte do Mosteiro está ocupado pelo Museu de Arte Sacra, considerado o mais importante espaço nacional particular com estas características, logo a seguir ao da Fundação Calouste Gulbenkian. Foi criado em 1933, após a morte da última freira, pela Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda (RIRSM).

Atualmente é possível ver o duplo claustro em estilo neoclássico, iniciado em 1781, a cozinha, o grande refeitório, a sala do capítulo, revestida de azulejos de Coimbra com cenas rurais, e várias salas com pinturas, tapeçarias, mobiliário, ourivesaria, estatuária, arte-sacra, paramentos, livros litúrgicos, o altar-mor e vitrais.
Contém algumas obras do extinto convento, como manuscritos, alfaias e livros litúrgicos, esplêndidas custódias de prata, móveis, tapeçaria, peças de arte religiosa, a imagem de São Pedro em calcário datada do século XV e ourivesaria com destaque para um tríptico gótico e um relicário de Santa Cruz, também gótico.   
A mais valiosa coleção do Museu são os pergaminhos musicais do século XVIII, usados no coro com iluminuras. São cuidadosos trabalhos artísticos que embelezam a primeira e maior letra dos pergaminhos. Estes documentos estão distribuídos por quatro volumes.
Importa referir um minúsculo díptico relicário românico, em prata dourada do século XI e XII, que se suspeita ter pertencido a Santa Mafalda.
Apresenta uma boa coleção de escultura, com peças do século XV e XVI e do melhor período do barroco do século XVIII.
Na pintura, destaque para os quadros designados de pré-primitivos, duas pinturas de André Gonçalves, do século XVIII, mostrando Santa Mafalda a salvar o convento de um incêndio e pinturas de Diogo Teixeira datadas do século XVI. 
O espaço guarda também uma coleção de paramentaria bordada a ouro.

segunda-feira, 13 de março de 2017

Mercado do Bolhão

País: Portugal
Concelho: Porto
Freguesia: União das Freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória

Localizado na cidade do Porto entre as ruas de Fernandes Tomás (a norte), de Alexandre Braga (este), Formosa (sul) e de Sá da Bandeira (oeste), ocupando um quarteirão inteiro.
É o mercado mais emblemático do Porto e a essência da cidade.
Local genuíno, animado e castiço, cheio de vozes, aromas e cores. Por entre o cheiro a flores, hortaliça ou peixe, mistura-se um corrupio de gente que diariamente o atravessa, nem que seja o turista para mais uma fotografia.
Está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 22 de fevereiro de 2006 e como Monumento de Interesse Público desde setembro de 2013.
Foi edificado numa zona onde existia um extenso lameiro, atravessado por um regato que ali formava uma bolha grande de água que, no linguajar da Invicta rapidamente se transformou em bolhão.
O primeiro mercado foi iniciado em 1837 e inaugurado em 1839, com a finalidade de albergar todos os vendedores ambulantes espalhados pela Invicta. Era um mercado em condições precárias.
À roda do ano de 1851, iniciou-se a construção do edifício do mercado, com barracas de venda.
Entre 1914 e 1917, o pitoresco Mercado do Bolhão foi transformado no que é hoje, um bom exemplo representativo da arquitetura em ferro, ao estilo neoclássico tardio, e influenciado pela École de Beaux Arts. Projeto do arquiteto António Correia da Silva, com grandes afinidades com as obras do arquiteto Marques da Silva.
Trata-se de um monumental edifício de linhas retas e de aspeto sólido, com imponentes torreões nas esquinas e um pátio aberto no meio, centrado por chafariz de quatro bicas. Uma galeria coberta e frondosas escadarias permitem a circulação pelos três pisos. Exteriormente, o mercado divide-se num grande número de estabelecimentos voltados para as quatro ruas que o delimitam. 
Atualmente o espaço encontra-se severamente degradado e necessita de obras de renovação.

domingo, 29 de janeiro de 2017

Padrão de Louvor a Dom Luís de Meneses

País: Portugal
Concelho: Ansião
Freguesia: Ansião

Rua Dr. Adriano Rego, Ansião.
Mandado erigir em 1686 pelo senado do município de Ansião, como louvor a Dom Luís de Meneses.
Trata-se de um volume prismático de base retangular, dividido em três registos. Acima do pedestal elevam-se dois corpos, o inferior de blocos sobrepostos e o segundo rematado lateralmente por pilastras molduradas com capitéis toscanos. É encimado por entablamento sobrepujado por frontão contracurvado com pirâmide no topo.
Uma lápide com inscrição na face, a meio do corpo superior, perpetua a memória de Dom Luís de Meneses, III Conde da Ericeira e Senhor da vila de Ansião, general de artilharia e conselheiro de Estado do rei Dom Pedro II, nas diversas batalhas travadas, obtendo glória militar e alcançada a paz.

Capela da Misericórdia de Ansião

País: Portugal
Concelho: Ansião
Freguesia: Ansião

Praça do Município, Ansião, adossada ao edifício dos Paços do Concelho.
Templo barroco construído em finais do século XVII, inícios do seguinte.
Apresenta planta retangular composta por nave e capela-mor.
A fachada é rasgada por belo pórtico emoldurado por colunas clássicas e rematadas por pináculos sobre a arquitrave, com frontão preenchido por lavores envolutados, que enquadram um nicho, desprovido de imagem, e encimado por cruz. É ladeado por dois janelões retos com cornija e encimado por óculo. Termina em empena triangular truncada no vértice, onde sobressai sineira reta. 
O interior, de três planos, é coberto por teto em madeira. Dois altares ladeiam o arco triunfal que acede, por grade, à capela-mor com cobertura em abóbada de berço, pintadas ao centro com as armas reais. O altar-mor, revestido em talha policroma, contém imagem da Pietá. No pavimento da nave, junto da capela-mor destaca-se a sepultura brasonada dos Condes de Vila Nova.

Igreja Matriz de Ansião

País: Portugal
Concelho: Ansião
Freguesia: Ansião

Rua Conselheiro António José da Silva, Ansião.
Localizado no interior de um adro murado.
É dedicada a Nossa Senhora da Conceição. 
Templo construído em 1593. Substituiu a igreja velha situada mais a oeste. 
A fachada, simples, é rasgada por portal barroco de colunas caneladas sobrepujado por frontão curvo, e encimado por óculo quadrilobado. Na empena encontra-se um nicho de pedestal saliente com a imagem, em pedra, de Nossa Senhora da Conceição, padroeira da paróquia. Remata a fachada um frontão de lanços coroado por cruz trilobada. Ao lado ergue-se a torre sineira. 
O interior é de três naves, divididas entre si por cinco tramos em alvenaria que assentam sobre colunas toscanas rematadas por capitéis de tambor, com cobertura em abóbada de berço na nave central e plena nas naves laterais. Está revestida, à exceção das capelas laterais, por um silhar de azulejos azuis e brancos datados do século XIX. A capela-mor, antecedida por arco triunfal, apresenta cobertura em abóbada com caixotões em cantaria e um retábulo com a imagem da padroeira encimada por um resplendor. Alberga imagens renascentistas, em pedra, de São Gregório e São Sebastião.

Pelourinho de Ansião

País: Portugal
Concelho. Ansião
Freguesia: Ansião

Largo do Pelourinho e Rua Dr. Adriano Rego, Ansião, defronte da sede da junta de freguesia.
Classificado como Imóvel de Interesse Público desde 11 de outubro de 1933.
Gracioso pelourinho mandado erguer pelo senado do município em 1686, defronte à residência senhorial dos Condes da Ericeira (atual Paços do Concelho de Ansião). Foi mudado para o atual local em 1902.
É considerado um dos mais belos pelourinhos da região.
Trata-se de um monumento em cantaria de calcário com base composta por soco de dois degraus octogonais, oito esferas colocadas no século XIX que lhe dão um carater original, e base tripartida, também octogonal. Sobre este eleva-se uma coluna com fuste cingido a meio por anel de oito lados, sendo a área inferior octogonal e a área superior circular. Na parte superior do fuste, molduramento retangular cartelado com inscrição que recorda a mercê concedida a Dom Luís de Meneses. Num bloco prismático emoldurado e ornado insere-se um escudo esquartelado com as Armas do Senhor da povoação – o Conde da Ericeira, encimado por coroa. Remata coruchéu encimado por florão. 
No século XIX, a sua base estaria assente sobre degraus de pedra, mas dada a sua deterioração, assentaram-no sobre as oitos bolas de pedra, tantas quantas as freguesias do concelho à data.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Ponte da Cal

País: Portugal
Concelho: Ansião
Freguesia: Ansião

Rua Rainha Santa Isabel, no Lugar de Além da Ponte, Ansião.
Travessia sobre o rio Nabão construída no século XVII. Faria parte da importante via que ligava Coimbra a Lisboa.
Ponte com tabuleiro em cavalete pouco pronunciado, formada por dois arcos de volta perfeita, em cantaria. Outrora era constituída por mais arcos, agora cegos.
Nos parapeitos da parte mais elevada da ponte, é composta por três bancos corridos, em pedra. O muro tinha mais bancos que terão sido retirados na década de 1950.
Sob o primeiro arco possui dois interessantes tanques de banhos, destinados às mulheres e aos homens. O primeiro é constituído por uma pia mais funda onde, segundo a lenda, a Rainha Santa se refrescava na sua passagem por esta região. As águas santificaram-se e práticas milagrosas ocorreram desde então. Iniciou-se assim a tradição dos “banhos santos”, praticados até muito recentemente, geralmente do dia 29 de junho, dia de São Pedro, ao dia 4 de julho, dia da Rainha Santa Isabel.
Junto da margem direita foi erguida uma pequena capela dedicada àquela rainha.
A ponte fica aproximadamente 600 metros da nascente do rio Nabão.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Quinta do Formal

País: Portugal
Concelho: Ovar
Freguesia: União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã

Rua do Formal, São Vicente de Pereira Jusã.
Quinta antiquíssima. Já constava na demarcação do Couto de Cucujães datado de 1139.
No século XII fazia parte do património da Ordem de Malta.
A partir do século XVII e até aos nossos dias manteve-se na mesma família.
A quinta é composta pela casa solarenga de inícios do século XVIII, capela e jardins. É cercada por alto muro e a entrada é feita através de um portão encimada por cruz ladeada de pilastras.
A casa apresenta volume simples vertical de dois pisos, com cobertura em telhado de quatro águas. Uma bela escadaria em granito dá acesso ao andar nobre.
A capela, dedicada a São José, foi erguida em 1719.

Igreja Matriz de São Vicente de Pereira

País: Portugal
Concelho: Ovar
Freguesia: União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã

Rua de Porto Igreja, São Vicente de Pereira Jusã.
É dedicada a São Vicente.
A sua origem remonta, pelo menos, desde 1258, ano em que aparece referida como igreja construída de novo.
O atual templo foi iniciado em 14 de fevereiro de 1756, em implementação diferente da anterior, que se situava a cerca de 100 metros. Foi inaugurada em 26 de agosto de 1764.
É constituída por nave de planta longitudinal, capela-mor, torre sineira e corpos simétricos laterais. Toda ela foi revestida, por volta de 1980, a azulejos industriais.
A fachada principal é rasgada por portal flanqueado por pilastras sobrepostas de entablamento, encimado por nicho com escultura do padroeiro, ladeada de aletas, e flanqueado pelas janelas do coro. A base da empena é recortada por óculo circular. A empena, recortada, é rematada no vértice por cruz e pináculos sobre os cunhais.
À esquerda da fachada situa-se a torre sineira, de planta quadrangular, com dois registos, pináculos sobre os cunhais e cobertura hemisférica coroada por cruz de ferro.
O interior, coberto por teto com caixotões de estuques (1908), é revestido por lambris de azulejos industriais (1930) e pavimentos em mármore (1985). Guarda dois púlpitos frontais datados de 1851 e retábulos e sanefas de madeira pintadas a branco, ouro e azul. Duas capelas com arcos de asa de cesto ladeiam a capela-mor.