Praça de Camões, Chaves.
Igreja Matriz de Chaves.
Classificada como Monumento Nacional.
Templo construído no século XII, em
estilo românico, sobre a primitiva igreja de Aquae Flaviae, destruída durante as invasões bárbaras.
Em 1258/9 foi beneficiada de obras, ao
mesmo tempo que o castelo.
Em 1462, Dom Afonso, Duque de Bragança é
enterrado numa campa rasa da igreja.
Em 1561, o licenciado Domingos Gonçalves,
prior da igreja, manda, à sua custa, ampliar e beneficiar a igreja e construir
a capela-mor, alterando-lhe o estilo para renascentista e maneirista.
A fachada principal é rasgada por um portal
maneirista edificado durante a reconstrução do século XVI. Apresenta arco de
volta perfeita, ladeada por pilastras suportando frontão triangular e encimada
por óculo circular.
A imponente torre, à esquerda, é um dos
vestígios que resta da construção original. É rasgada por duas sineiras por
face, em arco de volta perfeita, com molduras e frisos de interligação
decorados com boleados, motivos vegetalistas e em ziguezague, tendo na fachada
principal uma imagem esculpida de Cristo. O portal da torre, precedido por
nártex, tem arco de volta perfeita e tímpano liso, com quatro arquivoltas e
molduras decoradas com motivos geométricos ou vegetalistas, assentes em
colunelos com capitéis esculpidos de estilização vegetal. A torre tem cobertura
em coruchéu.
O portal lateral virado para a Praça da
República, data também do século XVI, e é mais rico que o principal. É composto
por arco de volta perfeita, moldurado e sobrepujado por dois medalhões com as
imagens de São Paulo e São Pedro. Está enquadrada por pilastras assente em
plintos, suportando frontão triangular, assente em friso com decoração
vegetalista enrolada e zoomórfica.
O interior preserva a estrutura medieval,
de três naves e cinco tramos, separados por colunas cilíndricas de granito, sob
as quais assentam oito arcos de volta perfeita. Tem cobertura em madeira do
século XIX, substituindo a original de abóbada de canhão.
À entrada, o coro-alto prolonga-se pelas
três naves e tem balaustrada em madeira pintada. A pia batismal é composta por
taça monolítica decorada com motivos vegetalistas e o órgão, datado do século
XVII, em estilo tardo-barroco, é de influência alemã. Assenta em duas mísulas,
típico da organaria nortenha e é composto por três castelos em meia cana, sendo
o central mais elevado, com decoração antropomórfica e vegetalista e coreto de
barriga curva.
Ao longo da nave rasgam-se seis capelas
laterais e duas colaterais, em arco de volta perfeita, albergando retábulos
tardo-barrocos. É iluminada por belos vitrais representando cenas da vida de
Nossa Senhora.
O arco triunfal, quebrado, é encimado por
painéis de azulejos rococós, monocromos azuis sobre fundo branco, dedicados à
Assunção da Virgem.
A capela-mor, mandada construir em 1561,
apresenta cobertura de abóbada estrelada em pedra polinervada e revestimento de
um friso com inscrição. O retábulo-mor é recente e reaproveita elementos de
talha em marmoreados fingidos e dourado, de três eixos, definidos por pilastras,
que intercalam três nichos, coroada por Calvário. Ladeando o retábulo, do lado
do Evangelho, rasga-se um nicho ladeado por pilastras suportando frontão
triangular coroado por urnas laterais e cruz central, possuindo no seu interior
fundo relevado com estrelas e o sol e, no teto, um querubim. A capela é
antecedida por grade de comunhão, em pau-preto e ladeada por capela lateral e
sacristia.
A capela do Santíssimo, adossada à
capela-mor pelo lado do Evangelho, e comunicando com a mesma, é coberta por
cúpula de pendentes com lanternim e teia em pau-preto com inscrição em metal. Alberga
retábulo de talha policroma de três eixos. Os painéis de azulejos azuis e
brancos, que ladeiam o vão, são rococós e apresentam temática às Virtudes.
Na parede posterior da capela-mor abre-se
a meia altura, um nicho que abriga uma imagem de granito representando a
padroeira Santa Maria Maior, considerada uma das mais antigas peças da nossa
estatuária. Termina em friso com inscrição e cornija com duas gárgulas,
reforçada por contrafortes nos cunhais e coroada por pináculos.
Na igreja encontram-se
sepultados os lendários irmãos Ruy e Garcia Lopes que conquistaram a cidade aos
sarracenos em 1160 e a entregaram a Dom Afonso Henriques. Por este feito,
teriam sido recompensados pelo soberano com os domínios da povoação e seu
castelo.
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