Largo Caetano Ferreira, Chaves, adossada ao antigo
Hospital da Misericórdia.
Construção de finais do século XVII, em
estilo barroco. Começou a ser construída em 1532 e terá sido erguida no local
onde se encontrava uma capela dedicada a Nossa Senhora das Lágrimas, de inícios
do século XV, que servia os vizinhos Paços dos Duques de Bragança.
É precedida por uma ampla escadaria, executada
em 1921, no local onde funcionou, até 1839, um cemitério.
Apresenta uma frontaria cuidadosamente
decorada, organizada em três panos e dois registos. Três portais antecedem a
galilé, sendo o central mais largo, encimado no corpo superior por um esquema
semelhante, mas com janelas resguardadas por balaustradas de madeira. O
conjunto é separado por pilastras, tendo fronteiro colunas torsas sobrepostas,
com capitel coríntio e remates em coruchéu. Termina em frontão com nicho
integrando painel com Mater Omnium, ladeado
por volumosas aletas com ornamentação vegetalista e coroado em frontão de
volutas interrompido por cruz latina, entre coruchéus.
Adossado à fachada lateral direita
encontra-se a Provedoria, datada de 1601, com a sua fachada linear e singela,
contrastando com a rica decoração da igreja. É apenas animada pela balaustrada
da janela e pelo frontão triangular. Lateralmente, uma robusta pilastra é
sobrepujada por sineira coroada por cruz latina de reduzidas dimensões.
O interior, de uma só nave, é caraterizado
por uma exuberante decoração.
Sob a galilé situa-se o coro-alto composto por
balaustrada granítica.
As paredes são totalmente revestidas de valiosos painéis
de azulejos azuis e brancos do século XVIII, ilustrando vários motivos e cenas
bíblicas (Bodas de Canã, Ressurreição de Lázaro e Multiplicação dos Pães), atribuíveis
a Oliveira Bernardes.
Cobre a nave, um teto de madeira pintada,
de ornamento floral, tendo ao centro representada a Visitação. Nas extremidades
figuram a esfera armilar coroada e o escudo nacional também coroado. Em redor,
um enquadramento constituído por uma balaustrada com querubins sobre plintos,
segurando grinaldas e castelãs. Obra pintada em 1743, assinada por Jerónimo da
Rocha Braga.
O altar-mor é constituído por um grande
retábulo de talha dourada e policroma, construído no século XVIII, em estilo
barroco, profusamente decorado com querubins, cachos, folhagens, volutas e
colunas torsas, apresentando planta de três eixos verticais, tendo ao centro
uma ampla tribuna coroada por anjos de vulto que enquadram as arquivoltas do
remate. Alberga um trono volumoso sob cobertura em caixotões. Saliente
encontra-se um sacrário coroado por crucifixo com a imagem escultórica de
Cristo com cabeleira.
Na sacristia estão pinturas das quais
merece menção uma tábua do século XVII representando o Purgatório.
Uma tela do século XVI, representando a
Visitação, tem a assinatura de Afonso Sanches Coelho.
A fachada posterior assenta
no paramento externo da cerca urbana medieval.
Sem comentários:
Enviar um comentário