sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Penafiel

Portugal \ Porto \ Penafiel \ Penafiel

Cidade sede de concelho e capital do Vale do Sousa.
Localiza-se a 41 km a Este do Porto, sua sede de distrito.
A urbe está situada numa colina, entre os rios Sousa e Cavalum, sobranceira ao imponente santuário de Nossa Senhora da Piedade.
A cidade é composta por um interessante centro histórico e monumental.

As suas terras são habitadas desde tempos pré-históricos.
Ainda não era chegado o ano 1000 e já as terras de Penafiel sobressaiam entre as mais importantes de Entre-Douro-e-Minho.
Apesar do atual topónimo ser posterior à povoação de Arrifana, que está na origem de Penafiel, esta já aparece em documentos de 1064.
Foi cabeça de Terra (julgado), pelo menos desde 1384, altura em que incluía a freguesia de São Martinho de Moazares e o lugar de Arrifana.
Em 1519 recebeu foral de Dom Manuel I. A sede da paróquia é transferida de São Martinho de Moazares para Arrifana, passando a designar-se São Martinho de Arrifana de Sousa.
Em março de 1741, Arrifana de Sousa foi elevada à categoria de vila por decreto de Dom João V, após deliberação negativa em 1723.
A 3 de março de 1770, Dom José escolhe Arrifana de Sousa para sede episcopal e eleva-a à categoria de cidade, tornando-a na segunda mais antiga do distrito, a seguir ao Porto. Toma o nome do julgado: Penafiel.
A 1 de junho do mesmo ano, o papa Clemente XIV confirma a nova sede episcopal, desanexando-a do Porto. A sua criação ficou em parte a dever-se ao desejo do Marquês de Pombal de afrontar o bispo do Porto, com o qual digladiava havia algum tempo, retirando-lhe assim uma fatia muito significativa da sua diocese e, mais importante que isso, os respetivos rendimentos. A sua área estendia-se até à entrada do Porto, incluindo ainda uma parte da freguesia de Campanhã.
Em 1778, o papa Pio VI extingue a diocese e reintegra-a no Porto.
A 28 de janeiro de 2013, a freguesia de Penafiel passou a agregar as antigas freguesias de Milhundos, Marecos, Novelas, Santa Marta e Santiago de Subarrifana.

Serpe

Portugal \ Porto \ Penafiel \ Penafiel

Avenida Egas Moniz, à entrada do Jardim do Calvário, Penafiel.
Obra de arte inaugurada a 21 de junho de 2014, da autoria de José de Guimarães.
Escultura em aço pintado, dividida em três módulos. Atinge quatro metros de altura.
Recorda a Bicha Serpe, um dos elementos tradicionais do cortejo do Corpo de Deus, sendo aquele que a encabeça, conduzida pelo seu Juiz ou Mordomo, vestido à moda do século XVIII e que, brandindo um espadalhão, simula dominar e segurar o dragão. A sua participação no cortejo remonta, pelo menos, ao último quartel do século XVIII, ainda no tempo de Arrifana de Sousa. No final da década de 1930 caiu em desuso, acabando por desaparecer do cortejo, para reaparecer no desfile de 1989.

Paço Episcopal de Penafiel

Portugal \ Porto \ Penafiel \ Penafiel

Rua do Paço e Largo Padre Américo, Penafiel.
Edifício adaptado no século XVIII para residência do primeiro e único bispo de Penafiel, frei Inácio de São Caetano, durante a curta diocese que vigorou entre 1770 e 1778. Nunca foi ocupado pelo bispo, que era confessor da princesa Dona Maria. Residia na corte e nunca se interessou pelo seu bispado. Quando Dona Maria I subiu ao trono, conseguiu a renúncia do Frei e pouco depois pediu a abolição da diocese ao Papa.
A casa anterior pertencia a José de Beça Veloso de Barbosa, Morgado da Venda do Campo (São Martinho de Recezinhos), que a vendeu à mitra de Penafiel. A fachada ostentava o brasão daquela família e, depois de transformada em paço episcopal, passou a exibir no portal da quinta, as armas do ausente bispo.
Mais tarde albergou o Magistério Primário, altura em que lhe foi anexada um pombal ao prédio, e depois foi polo da Universidade Portucalense (entre 1990 e 2004) e albergou ainda serviços administrativos da Câmara Municipal, que acabou por comprar o edifício. Entretanto o pombal foi retirado e edificado no seu lugar um inestético prédio novo. Atualmente hospeda o CESPU-IINFACTS.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Santuário de Nossa Senhora da Piedade e dos Santos Passos

Portugal \ Porto \ Penafiel \ Penafiel


Avenida Zeferino de Oliveira, Penafiel, implantado no monte de São Bartolomeu, o ponto mais alto da cidade.
É também conhecida por Igreja ou Santuário do Sameiro.
Templo romântico iniciado em 1886 e concluído apenas na primeira metade do século XX, obra da autoria do Eng.º Jorge Ferreira Leite, numa versão simplificada e menos dispendiosa do projeto do Eng.º Manuel Maria Ricardo Correia. Foi construído para substituir as primitivas capelas da Piedade e dos Santos Passos, demolidas para a edificação do mercado público.
A torre foi construída em 1898, enquanto a capela-mor data de 1895.
Durante a abertura das valas dos alicerces foi encontrada uma estatueta do deus romano da guerra, Marte, atribuível aos séculos II-III, atualmente exposta no Museu Municipal.
Está rodeado pelo frondoso parque Zeferino de Oliveira, popularmente conhecido por Jardim do Sameiro.
Do seu alto avista-se um excelente panorama sobre a cidade.

domingo, 16 de dezembro de 2018

Igreja da Misericórdia de Penafiel

Portugal \ Porto \ Penafiel \ Penafiel

Largo Padre Américo e Praça do Município, Penafiel.
Classificado como Imóvel de Interesse Público desde 26 de fevereiro de 1982.
É dedicada a Nossa Senhora do Amparo.
Foi construída entre 1621 e 1631 por iniciativa de Amaro Moreira, abade de Ermelo (Mondim de Basto).
O aparecimento de uma imagem de Nossa Senhora da Lapa, em 1764, motivou a construção da torre e da fachada lateral voltada para a Praça da República que, por falta de verbas, não foi acabada.
Entre 1770 e 1778, durante a existência do bispado de Penafiel, foi adaptada a Sé Catedral sob invocação de Nossa Senhora e São José.
A fachada principal, toda em cantaria, é ritmada por pilastras e termina em frontão triangular onde surgem as armas da misericórdia. Ao nível do segundo piso, ostenta um grande nicho com a imagem da padroeira.
A altaneira torre sineira é coberta por cúpula bolbosa forrada a azulejos azuis e brancos.
O alçado lateral inacabado, voltado para os Paços do Concelho, apresenta elementos barrocos. Destaque para a composição central formada pela porta, nicho e óculo. Na parte da fachada que ficou por levantar, ergueu-se a capela de Nossa Senhora da Lapa.
Na cabeceira situa-se a capela do Senhor dos Passos.
A antiga casa do sacristão foi transformada em núcleo museológico de Arte Sacra.

domingo, 11 de novembro de 2018

Praia do Areal da Marinha

Portugal \ Porto \ Vila Nova de Gaia \ São Félix da Marinha

Rua Areal da Marinha e Avenida da Liberdade, São Félix da Marinha.
É a praia mais a sul do distrito do Porto. Situa-se entre a Praia das Pedras da Maré (a norte) e a praia da Frente Azul (a sul), separada desta pela ribeira do Mocho, que divide o concelho de Vila Nova de Gaia do de Espinho.
O seu acesso é feito a pé, atravessando a linha de comboio ou pelos passadiços.
Praia sossegada, com um areal muito extenso e espaçoso. Está protegida por um longo sistema dunar repleto de vegetação.
Estacionamento na Rua dos Limites ou na Avenida da Liberdade, no cruzamento com a Rua Principal.

domingo, 4 de novembro de 2018

Estátua do Visconde de Barreiros

Portugal \ Porto \ Maia \ Cidade da Maia

Avenida Visconde de Barreiros e Praça Dr. José Vieira de Carvalho, Maia.
Monumento erguido no século XIX, em honra de José da Silva Figueira, Visconde de Barreiros (1838-1892), uma das figuras mais importantes da história da Maia. Ainda jovem, partiu para o Brasil para construir fortuna, regressando posteriormente para a cidade natal, ajudando a construir várias infraestruturas.
O monumento é composto por uma estátua do Visconde, em mármore, sobre pedestal alto de granito. A figura apresenta uma postura elegante, com o braço direito por entre botões do casaco e o braço esquerdo sobre um pedestal com dois livros. Um relógio de bolso reforça a exuberância do seu vestuário. 
Foi colocada originalmente no frontão de uma escola primária mandada edificar pelo próprio. Após a demolição da escola, ficou num pequeno jardim, passando mais tarde para o centro da Avenida Visconde de Barreiros, num separador central e, posteriormente para o local atual.

sábado, 27 de outubro de 2018

Sobral de Monte Agraço

Portugal \ Lisboa \ Sobral de Monte Agraço \ Sobral de Monte Agraço


Vila sede de concelho, localizada a 46 km a norte de Lisboa. 
O aglomerado urbano situa-se junto da margem direita do rio Sizandro.
A urbe tem o seu coração na Praça Dr. Eugénio Dias, marcada pela traça tardia, contemporânea de Dom José, onde se destacam os paços do concelho, a igreja e o chafariz, todos mandados edificar em 1771 por Inácio da Cruz Sobral.

O primitivo povoamento terá começado a partir do Monte Agraço, a cerca de quatro quilómetros da atual sede de concelho. A instalação humana no local deveu-se às terras férteis e irrigadas do vale do Sizandro, muito favorável à agricultura.
Em 1186, o então reguengo do Soveral foi doada pelo rei Dom Sancho I ao bispo e cabido de Évora.
Durante as Inquisições de Dom Afonso III, no século XIII, surgem referências à povoação, relativas à igreja de Santa Maria de Monteagraço.
Data de 1352 um trespasse do rossio de Montagraço a Gonçalo Pires Ribeiro, confirmado por Dom Dinis.
A partir do século XV, o povoamento que era até então disperso, começou a ser concentrado.
Em 1518 recebeu foral Novo pelo rei Dom Manuel. Por esta altura apresentava para além da Igreja Paroquial, o pelourinho e uns paços pertencentes ao bispo e cabido de Évora. O seu termo, nessa altura, era maior do que na atualidade, pois era constituído pelas aldeias de Vila Galega, Soveral, Barqueira, Cavela, Patameira, Bespeira e Cardosa. Estendia-se por uma légua e era delimitado pelos concelhos de Lisboa, Arruda e Torres Vedras, ao qual pertencera antes da atribuição do foral.
Em 1527 aparece no Cadastro (censo da população) com o título de vila, sendo o seu donatário o conde de Sortelha. O lugar mais importante da vila já era Sobral.
A 20 de agosto de 1654, a freguesia de Sobral de Monte Agraço foi integrada no termo de Lisboa.
Em 1771 o seu senhorio foi dado a Joaquim Inácio da Cruz Sobral, tesoureiro do Real Erário.
Em finais do século XVIII, inícios do XIX, a sede do concelho foi transferida do Lugar de São Salvador do Mundo, onde ainda se encontra a antiga Igreja Paroquial, para o Lugar de Sobral que entretanto aumentou de importância.
Em 1809, aquando das invasões napoleónicas, foi levantada nas suas imediações uma fortificação abaluartada, o Forte de Alqueidão, inserida no sistema defensivo das linhas de Torres Vedras. Foi no Sobral que morreu em combate o general Sainte-Croix, conselheiro do marechal Massena.
            Em 1844 tornou-se cabeça de condado.
            Em 1855 o seu concelho foi extinto.
            Em 1898 o seu antigo concelho foi restaurado com um aumento do seu território, passando a anexar a freguesia de Sapataria, que pertencia a Torres Vedras.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Jardim Zoológico de Lisboa

Portugal \ Lisboa \ Lisboa \ São Domingos de Benfica

Praça Marechal Humberto Delgado, Lisboa.
Ocupa a antiga quinta do Conde de Farrobo ou das Laranjeiras, sendo delimitada a sul pela Estrada das Laranjeiras e a oeste pela Estrada de Benfica.
Está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 21 de dezembro de 1974.
O Jardim Zoológico de Lisboa foi fundado a 28 de maio de 1884 por Pedro Van der Laan e José Thomaz Sousa Martins, tornando-se no primeiro parque da Península Ibérica, dedicado à fauna e flora.
A 13 de maio de 1894 foi transferido para o Parque de Palhavã, onde atualmente se situa a Praça de Espanha.
Só em 1905, é que foi transferido definitivamente para a Quinta das Laranjeiras, após contrato de arrendamento com o Conde de Burnay. As novas instalações foram inauguradas a 28 de maio.
Em 1912, o local sofreu uma importante adaptação, projeto do conceituado arquiteto Raul Lino.
Durante várias décadas, as remessas de animais provenientes de África e do Brasil contribuíram para que aquele que foi o primeiro parque com flora e fauna da Península Ibérica tivesse uma coleção de espécies vasta e diversificada. 
A partir de 1991, quando se tornou membro da Associação Europeia de Zoos e Aquários (EAZA), teve inicio a modernização do espaço do zoo, com a criação de áreas de trabalho específicas destinadas a melhorar a coleção e o bem-estar animal, a sua alimentação e os cuidados veterinários.
Se nas primeiras décadas de existência o objetivo era mostrar simplesmente os animais aos visitantes, hoje em dia já não existem tigres fechados em jaulas, nem chimpanzés a serem alimentados por quem visita o espaço, ou o elefante que tocava a sineta quando recebia uma moedinha.
Possui uma das melhores coleções de animais do mundo, com cerca de 2000 animais de 324 espécies diferentes, entre as quais se destacam os mamíferos, as aves, os répteis, os anfíbios e os antrópodes.
Disponibiliza diversas atividades tais como a observação de golfinhos e leões-marinhos, apresentação de aves em voo de livre, alimentação de pelicanos, visita ao Parque Arco-Íris, à Quintinha Pedagógica e ao reptilário, bem como viagens de comboio e de teleférico.
A primeira área, logo após o portão de entrada, é de ingresso livre. Neste local existem espaços de restauração, carroceis e lojas.

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Museu Militar de Chaves

Portugal \ Vila Real \ Chaves \ Santa Maria Maior

Praça de Camões, no interior da Torre de Menagem do Castelo de Chaves.
Museu fundado em 1978.
Conserva diversos objetos da História Militar Portuguesa, desde a Idade Média aos nossos dias. Do acervo fazem parte armas, uniformes, bandeiras, desenhos e plantas.
O primeiro piso alberga a sala de Dom João I, dedicada à época da Reconquista. Exibe diversos materiais dessa época, com destaque para uma réplica do elmo e espada de Dom João I, uma bandeira da fundação de Portugal e da Ordem de Avis, uma armadura e espadas do século XVII, e miniaturas de guerreiros dos povos que passaram por Chaves até ao século XIV.
O segundo piso é dedicado à temática das Guerras Peninsulares (1808-1815). Foi através da cidade de Chaves que a II Invasão Francesa, liderada pelo Marechal Soult, penetrou em Portugal. O acervo é variado: um Sarilho composto por três Carabinas de Artilharia, uniformes de Infantaria e da Companhia dos Caçadores de Chaves, quadros relativos ao General Silveira, I Marquês de Chaves, e diversas peças de campanha do século XVIII.
O terceiro piso é dedicado à Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Alberga o espólio do General José Celestino da Silva, um capacete das tropas alemãs, espingardas, uniformes e várias peças de artilharia.
No piso superior encontra-se a sala dedicada à Guerra Colonial (1961-1974). Trata-se de espólio usado nas províncias ultramarinas pelas forças inimigas, como canhangulos, uma espada gentílica, uma metralhadora ligeira, uma espingarda de repetição, uma pistola-metralhadora de tambor, azagaias, catanas e mocas gentílicas.
Ainda é possível ver nos jardins exteriores, os canhões utilizados para defender os limites da cidade, quer dos espanhóis, quer das invasões francesas.

Capela de Santa Catarina (Chaves)

Portugal \ Vila Real \ Chaves | Santa Maria Maior

Rua 1º Dezembro, Chaves.
Tem origem numa capela mandada construir em 1249, junto ao castelo, por Dom Lourenço Pires de Chaves.
Em 1681, Gregório de Castro Moraes, governador da Província, ordenou a trasladação para a atual localização, dado que interferia com a estrutura defensiva da Praça de Chaves.
O atual templo é uma construção maneirista e barroca, de planta longitudinal simples, com coro-alto. A fachada principal, em cantaria, é rasgada por portal de verga reta enquadrada por pilastras que suportam entablamento onde assenta frontão triangular encimado por cruz e pináculos e, sobre estes, um óculo circular. Os alçados são circunscritos por cunhais apilastrados e termina em empena recortada encimada por sineira albergando a imagem pétrea da padroeira e por catavento de ferro.
O interior é coberto com falsa abóbada de berço em estuque e acolhe um retábulo de talha dourada.

sábado, 22 de setembro de 2018

Pelourinho de Chaves

Portugal \ Vila Real \ Chaves \ Santa Maria Maior

Praça da República, Chaves, junto à Igreja Matriz de Santa Maria Maior.
Classificado como Imóvel de Interesse Público desde 11 de outubro de 1933.
O pelourinho original foi erguido em 1515, um ano após a atribuição do foral concedido por Dom Manuel, em frente aos então Paços do Concelho (demolidos em 1864), na atual Praça onde ainda permanece.
Em 1870 foi apeado e erguido no pequeno largo da Madalena, colocando-se um catavento de ferro cravado no capitel. Mais tarde foi novamente apeado para a construção de um fontanário local.
Em 1911 foi reerguido no Largo de Camões, aproveitando os originais fuste e capitel que estavam guardados, e adicionados a base de um antigo cruzeiro existente próximo da Capela do Pópulo, um pequeno plinto no meio do capitel, uma esfera armilar oriundo de um chafariz e quatro pináculos.
Em 1920 voltou a ser apeado e novamente reerguido em 1934 no mesmo local onde foi erigido o primitivo monumento.

De base cúbica, assenta numa plataforma quadrangular de cinco degraus quadrangulares, possuindo mais um degrau do lado Este, devido ao declive do pavimento da Praça. É encimado por coluna de fuste torçado constituído por três elementos e rematado por capitel onde coexiste uma pirâmide truncada invertida, lavrada nas faces, uma das quais ostentando o brasão real e outra com o brasão de Chaves, encimado por colunelos torcidos nos cantos e um quinto, ao centro, liso e maior, a suportar a esfera armilar.

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Forte de São Neutel

Portugal \ Vila Real \ Chaves \ Santa Maria Maior

Avenida dos Heróis de Chaves, Chaves.
Classificado como Monumento Nacional desde 22 de março de 1938, conjuntamente com o Castelo de Chaves e restos da fortificação abaluartada na cidade, e o Forte de São Francisco.
Foi a configuração do terreno que obrigou à sua construção durante as Guerras da Restauração. A sua edificação, tipo Vauban, foi construída entre 1664 e 1668 sob a orientação do Governador Militar, General Andrade e Sousa.
Em julho de 1912 foi palco de combate entre as forças realistas, comandadas por Paiva Couceiro, e as tropas fieis ao regime republicano.
A partir de 1925 passou a albergar a cadeia comarcã de Chaves, apeada em 1964, sendo a pedra aproveitada nas obras de recuperação do Forte de São Francisco e do muro de suporte do Largo da Lapa.

O traçado geral é relativamente comum, um quadrado com quatro baluartes, de configuração estrelada com dupla linha defensiva e fosso interno, apresentando nos ângulos, guaritas hexagonais. O que lhe dá especial notoriedade são as suas dimensões invulgares, cerca de 200 metros de longo, e o muro na crista da esplanada, que não consta dos tratados de arquitetura militar.
Apresenta uma única entrada, ladeada por possantes pilares, com remates em aleta, os quais amparavam a estrutura da sustentação da ponte levadiça. O portal, em arco de volta perfeita, é encimado por escudo real, ladeado por uma inscrição alusiva à sua edificação e, sobre este, um nicho em arco de volta perfeita.
No interior encontra-se a capela maneirista de Nossa Senhora das Brotas (1611), um antigo edifício militar e um anfiteatro composto por bancadas e palco circular (1994). No fosso interior, junto ao baluarte sudeste, situa-se uma fonte de mergulho. 

domingo, 19 de agosto de 2018

Igreja de Santa Maria Maior de Chaves

Portugal \ Vila Real \ Chaves \ Santa Maria Maior

Praça de Camões, Chaves.
Igreja Matriz de Chaves.
Classificada como Monumento Nacional.
Templo construído no século XII, em estilo românico, sobre a primitiva igreja de Aquae Flaviae, destruída durante as invasões bárbaras.
Em 1258/9 foi beneficiada de obras, ao mesmo tempo que o castelo.
Em 1462, Dom Afonso, Duque de Bragança é enterrado numa campa rasa da igreja.
Em 1561, o licenciado Domingos Gonçalves, prior da igreja, manda, à sua custa, ampliar e beneficiar a igreja e construir a capela-mor, alterando-lhe o estilo para renascentista e maneirista.

A fachada principal é rasgada por um portal maneirista edificado durante a reconstrução do século XVI. Apresenta arco de volta perfeita, ladeada por pilastras suportando frontão triangular e encimada por óculo circular.
A imponente torre, à esquerda, é um dos vestígios que resta da construção original. É rasgada por duas sineiras por face, em arco de volta perfeita, com molduras e frisos de interligação decorados com boleados, motivos vegetalistas e em ziguezague, tendo na fachada principal uma imagem esculpida de Cristo. O portal da torre, precedido por nártex, tem arco de volta perfeita e tímpano liso, com quatro arquivoltas e molduras decoradas com motivos geométricos ou vegetalistas, assentes em colunelos com capitéis esculpidos de estilização vegetal. A torre tem cobertura em coruchéu.
O portal lateral virado para a Praça da República, data também do século XVI, e é mais rico que o principal. É composto por arco de volta perfeita, moldurado e sobrepujado por dois medalhões com as imagens de São Paulo e São Pedro. Está enquadrada por pilastras assente em plintos, suportando frontão triangular, assente em friso com decoração vegetalista enrolada e zoomórfica.
O interior preserva a estrutura medieval, de três naves e cinco tramos, separados por colunas cilíndricas de granito, sob as quais assentam oito arcos de volta perfeita. Tem cobertura em madeira do século XIX, substituindo a original de abóbada de canhão.
À entrada, o coro-alto prolonga-se pelas três naves e tem balaustrada em madeira pintada. A pia batismal é composta por taça monolítica decorada com motivos vegetalistas e o órgão, datado do século XVII, em estilo tardo-barroco, é de influência alemã. Assenta em duas mísulas, típico da organaria nortenha e é composto por três castelos em meia cana, sendo o central mais elevado, com decoração antropomórfica e vegetalista e coreto de barriga curva.
Ao longo da nave rasgam-se seis capelas laterais e duas colaterais, em arco de volta perfeita, albergando retábulos tardo-barrocos. É iluminada por belos vitrais representando cenas da vida de Nossa Senhora.
O arco triunfal, quebrado, é encimado por painéis de azulejos rococós, monocromos azuis sobre fundo branco, dedicados à Assunção da Virgem.
A capela-mor, mandada construir em 1561, apresenta cobertura de abóbada estrelada em pedra polinervada e revestimento de um friso com inscrição. O retábulo-mor é recente e reaproveita elementos de talha em marmoreados fingidos e dourado, de três eixos, definidos por pilastras, que intercalam três nichos, coroada por Calvário. Ladeando o retábulo, do lado do Evangelho, rasga-se um nicho ladeado por pilastras suportando frontão triangular coroado por urnas laterais e cruz central, possuindo no seu interior fundo relevado com estrelas e o sol e, no teto, um querubim. A capela é antecedida por grade de comunhão, em pau-preto e ladeada por capela lateral e sacristia.
A capela do Santíssimo, adossada à capela-mor pelo lado do Evangelho, e comunicando com a mesma, é coberta por cúpula de pendentes com lanternim e teia em pau-preto com inscrição em metal. Alberga retábulo de talha policroma de três eixos. Os painéis de azulejos azuis e brancos, que ladeiam o vão, são rococós e apresentam temática às Virtudes.
Na parede posterior da capela-mor abre-se a meia altura, um nicho que abriga uma imagem de granito representando a padroeira Santa Maria Maior, considerada uma das mais antigas peças da nossa estatuária. Termina em friso com inscrição e cornija com duas gárgulas, reforçada por contrafortes nos cunhais e coroada por pináculos.
Na igreja encontram-se sepultados os lendários irmãos Ruy e Garcia Lopes que conquistaram a cidade aos sarracenos em 1160 e a entregaram a Dom Afonso Henriques. Por este feito, teriam sido recompensados pelo soberano com os domínios da povoação e seu castelo.

segunda-feira, 30 de julho de 2018

Chaves

Portugal \ Vila Real \ Chaves

A cidade de Chaves, capital do Alto Tâmega, situa-se no noroeste transmontano, no extremo norte do país junto à fronteira com Espanha, a cerca de 64 km a norte da sede de distrito, Vila Real.
Encontra-se a 331 metros de altitude, na orla de uma veiga fecundíssima e vasta, banhada pelo rio Tâmega, que divide a cidade em duas freguesias, ficando a Este da ponte a freguesia da Madalena, e a Oeste a freguesia de Santa Maria Maior.
A cidade é protegida pelo altaneiro castelo e por uma cerca que rodeia o casario histórico, composto por caraterísticas varandas.
Está abrigada a nordeste pela corda montanhosa do Brunheiro e a oeste pelos contrafortes da serra do Larouco.
É um dos mais importantes centros termais da Europa, visitada por milhares de portugueses e estrangeiros.
O concelho de Chaves é composto por 39 freguesias e desenvolve-se ao longo do vale do rio Tâmega, que tem posição central no território concelhio. É delimitado pelas encostas das terras altas em seu redor, a nascente e a poente, de relevos graníticos e xistosos que chegam a atingir os 1000 metros de altitude. Confina a norte com a Comunidade espanhola da Galiza, a nascente pelos municípios de Vinhais e Valpaços, a sul por Vila Pouca de Aguiar e a poente por Montalegre e Boticas.

Terra de ocupações remotas, são muitos os vestígios deixados por civilizações pré-históricas, como por exemplo antas, necrópoles ou interessantes gravuras rupestres. Admite-se mesmo, a possibilidade da existência de povoamento no Paleolítico, comprovado pela existência de um instrumento de pedra encontrado na serra do Brunheiro.
Nasceu como castro no cimo das montanhas, mais tarde romanizado e instalado no vale do Tâmega, onde atualmente se encontra a cidade. O imponente núcleo monumental e centro cívico situar-se-ia no cerro envolvente da área hoje ocupada pela torre de menagem e em todo o espaço anteriormente ocupado pelo castelo medieval. O seu atual recorte lembra ainda o traçado de um acampamento romano, com o Fórum, o Capitólio e a Decumana que seria a rua Direita. Neste perímetro foram encontrados os mais relevantes vestígios arqueológicos romanos.
Ponte Romana de Trajano
A civilização Romana foi a mais marcante para esta região. Edificaram a primeira muralha que envolveu o novo aglomerado populacional, construíram a imponente ponte de Trajano sobre a via Bracara-Asturica, implantaram balneários termais tirando proveito das águas quentes mineromedicinais, erigiram uma barragem e exploraram filões auríferos e outros recursos do solo e subsolo.
No ano 78, o imperador romano Tito Flávio Vespasiano tornou-a sede de município com a denominação de Aquae Flaviae. A povoação converteu-se numa das principais cidades romanas da Península Ibérica. O seu nome significa Águas de Flávio, em homenagem ao imperador e à excelência das suas águas termais. De Flaviae é que derivou o nome de Chaves e por isso os seus habitantes são denominados Flavienses.
Para ela convergiam várias vias romanas: a de Bracara Augusta (Braga), a de Asturica (Astorga), a de Lamecum (Lamego), entre outras menos importantes. Delas sobram marcas espalhadas ao longo de toda a região. A mais famosa é a Via Romana de Chaves a Astorga, que ligava as duas importantes cidades do Noroeste peninsular romano. Esta via atravessava Chaves dirigindo-se depois pela serra até Vinhais, atravessando alguns riachos nos quais ainda restam as famosas pontes romanas.
Após a queda do império romano, Chaves foi invadida pelos povos Bárbaros – Suevos, Visigodos e Alanos -, provenientes do leste europeu.
Aquando da invasão dos Suevos no século III, Xavias era sede de um bispado, conhecendo-se o nome dos bispos Idácio, autor duma crónica dos factos ocorridos no Império Romano entre 379 e 469, e que é a primeira história do reino dos Suevos, e de Cuniuldo.
Em 411, Chaves foi quase destruída devido às guerras entre Frumário e seu irmão Remismundo, que disputavam o direito ao trono. Terminaram com a vitória do primeiro e a prisão do notável bispo Idácio de Chaves, em 26 de julho de 460.
Com o desaparecimento dos Suevos, foi ocupada pelos Godos.
Em 713, os muçulmanos, vindos do Norte de África, invadiram a região e venceram Rodrigo, o último monarca visigodo. A invasão dos árabes provocou a fuga dos cristãos para as montanhas e para os antigos castros. Os novos conquistadores terão reforçado a fortificação.
Em 744, Afonso I de Castela expulsou os árabes que mais tarde a reconquistaram.
Em 888 foi reconquistada por Afonso III o Magno, rei das Astúrias e Leão, que a reconstruiu parcialmente.
Em 923 voltou a cair no domínio mouro.
Em 995 o Magno reconquista a povoação aos mouros e terá dado início à construção de uma cerca.
Em 1080 aparece pela primeira vez a designação de Chaves.
Em 1093, Afonso VI de Leão e Castela, entregou-a como dote à princesa Teresa, quando esta casou com o conde Dom Henrique de Borgonha, passando a integrar os domínios do Condado Portucalense.
Em 1129 voltou a cair em poder dos Sarracenos.
Em 1160 regressou à coroa portuguesa, conquistada pelos lendários irmãos Ruy e Garcia Lopes, que a ofereceram a Dom Afonso Henriques. Por este feito, foram recompensados pelo soberano com os domínios da povoação e seu castelo. Os corpos dos irmãos encontram-se sepultados na Igreja de Santa Maria Maior de Chaves.
Em 1220, foi invadida por Dom Afonso IX de Leão, visando assegurar para a sua esposa, Dona Teresa, infanta de Portugal, a posse dos castelos que o pai desta, Dom Sancho I lhe legara em testamento, e que o irmão, Dom Afonso II lhe reivindicava.
Em 1231 foi devolvida a Portugal, em virtude de negociações tratadas na vila do Sabugal (então leonesa), entre Dom Sancho II e Fernando III de Leão.
Em 1253 realizou-se em Santo Estêvão de Chaves, o casamento de Dom Afonso III com sua sobrinha, a infanta Dona Beatriz, filha ilegítima de Dom Afonso X de Castela, o Sábio. Nesta data, Chaves estaria quase despovoada e diminuída na sua importância.
A 15 de maio de 1258, Dom Afonso III outorga foral à povoação de Santo Estêvão de Chaves, elevando-a à categoria de vila. Assina também o início das obras de reforço das muralhas de Chaves e a edificação da torre de menagem.
Castelo de Chaves
Dom Dinis (1279-1325) deu prosseguimento às obras do castelo, concluindo a maciça e alta torre de menagem e a fortificação muralhada.
Em 1350, recebe uma carta régia com as obrigações tributárias, concedida por Dom Dinis e confirmada por seu filho Dom Afonso IV. Embora não se trate de um foral, este documento régio é emitido para pôr fim a uma contenda entre Chaves e Montenegro.
No contexto da crise de 1383-1385, iniciada com a morte do rei Dom Fernando sem deixar herdeiros masculinos, a vila tomou partido por Dona Beatriz e Dom João I de Castela.
Em 1386, as forças do Condestável Dom Nuno Álvares Pereira, a mando de Dom João I, Mestre de Avis, montou em redor de Chaves um cerco que durou quatro meses (entre janeiro e abril), até à rendição do seu alcaide-mor, Martim Gonçalves de Ataíde. Em recompensa, o monarca doou estes domínios ao Condestável.
Dom Afonso
Em 1401, Dom Nuno incluiu a doação do senhorio de Chaves no dote da sua filha Dona Beatriz quando ela se casou com o conde de Barcelos, Dom Afonso, filho bastardo daquele rei e que foi o primeiro duque de Bragança. Passou assim a ser um senhorio da casa ducal, cuja família ali residiu por longas temporadas a ali faleceu em 1461 contando 90 anos de idade. Por isso, o castelo de Chaves é denominado por alguns escritores como o Castelo do Duque de Bragança.
Em 1483 recebeu a visita de Dom João II que ali permaneceu três dias. O principal motivo da visita prendia-se com a intenção de avaliar o sentimento das populações face ao processo que desenrolava contra Dom Fernando, III Duque de Bragança e Senhor de Chaves, que culminou com a sua execução, por ordem do monarca.
Em 1487, Dom João II confirma a sua Feira Franca anual.
A 7 de dezembro de 1514, Dom Manuel I outorga foral novo à cidade. É na verdade o único foral comprovado.
Em agosto de 1580 é surpreendida pelo ataque espanhol ordenado pelo conde de Monterey e liderado pelo seu irmão Dom Baltazar de Zuñiga. O ataque pretendeu obrigar a vila de Chaves a reconhecer Felipe II de Espanha. Foram feitas prisões e substituíram-se titulares de cargos.
Só em maio de 1581, por ordem de Felipe II, e já como Filipe I de Portugal, é que será reposta a normalidade, restituindo-se Chaves e outros Senhorios da Casa de Bragança à sua legítima posse e ao respeito dos privilégios e direitos que eram já usufruto daquela casa senhorial.
Forte de São Francisco
Durante as Guerras da Restauração (1640-1668), a vila foi beneficiada por várias linhas de muralhas, tendo-lhe sido modernizadas as defesas, adaptadas aos então modernos tiros de artilharia. Foram construídos o revelim da Madalena e os fortes de São Francisco e São Neutel.
Em maio de 1762 cai nas mãos do exército espanhol que ali permanecerá até ao fim desse ano. Obras por concluir, falta de reparações e de manutenção, assim como a pouca preparação das tropas e de armamento, estão na origem do desaire.
Na invasão francesa comandada pelo General Soult, em 1808, Chaves foi a primeira cidade atacada. Depois de algumas lutas, finalmente as tropas francesas conseguiram o objetivo e Chaves foi tomada em 11 de Março. Seguindo em direção ao Porto, Soult deixou apenas uma guarnição em Chaves. Doze dias depois, tropas portuguesas lideradas pelo Brigadeiro Silveira retomaram a praça e os soldados franceses foram feitos prisioneiros, incluindo o governador francês da Praça. Chaves assume desta forma um importante papel na luta contra os franceses.
No período conturbado das lutas liberais, a população flaviense colocou-se maioritariamente ao lado da fação miguelista.
Em 1823, a batalha de Santa Bárbara, às portas da cidade, dá a vitória aos absolutistas que detinham aquela praça de guerra com o apoio da população civil e das guarnições ali estacionadas.
A 20 de setembro de 1837 é celebrada a Convenção de Chaves, após o combate de Ruivães, pondo termo à revolta cartista, conhecida pela revolta dos marechais.
Em 1853 foi criado o atual concelho.
A partir de 1880, várias instalações militares começam a ser utilizadas para fins civis. Outras estruturas serão demolidas ou amputadas e o crescimento da vila acabará por absorver e ocultar grande parte das cortinas e baluartes da maior praça de guerra transmontana.
A 8 de julho de 1912, Chaves foi palco de violentos combates numa tentativa de restauração da monarquia, entre as forças realistas de Paiva Couceiro e as do governo republicano chefiadas pelo coronel Ribeiro de Carvalho, de que resultou o fim da primeira incursão monárquica.
Em 1919, Chaves foi distinguida com a Ordem Militar da Torre e Espada.
A 12 de março de 1929 foi elevada à categoria de cidade, pelo então Presidente da República Marechal Carmona.
Em 2013, algumas das suas freguesias foram anexadas passando de 51 para 39 sedes.

quinta-feira, 26 de julho de 2018

Igreja da Misericórdia de Chaves

Portugal \ Vila Real \ Chaves \ Santa Maria Maior

Largo Caetano Ferreira, Chaves, adossada ao antigo Hospital da Misericórdia.
Construção de finais do século XVII, em estilo barroco. Começou a ser construída em 1532 e terá sido erguida no local onde se encontrava uma capela dedicada a Nossa Senhora das Lágrimas, de inícios do século XV, que servia os vizinhos Paços dos Duques de Bragança.
É precedida por uma ampla escadaria, executada em 1921, no local onde funcionou, até 1839, um cemitério.
Apresenta uma frontaria cuidadosamente decorada, organizada em três panos e dois registos. Três portais antecedem a galilé, sendo o central mais largo, encimado no corpo superior por um esquema semelhante, mas com janelas resguardadas por balaustradas de madeira. O conjunto é separado por pilastras, tendo fronteiro colunas torsas sobrepostas, com capitel coríntio e remates em coruchéu. Termina em frontão com nicho integrando painel com Mater Omnium, ladeado por volumosas aletas com ornamentação vegetalista e coroado em frontão de volutas interrompido por cruz latina, entre coruchéus.
Adossado à fachada lateral direita encontra-se a Provedoria, datada de 1601, com a sua fachada linear e singela, contrastando com a rica decoração da igreja. É apenas animada pela balaustrada da janela e pelo frontão triangular. Lateralmente, uma robusta pilastra é sobrepujada por sineira coroada por cruz latina de reduzidas dimensões.
O interior, de uma só nave, é caraterizado por uma exuberante decoração. 
Sob a galilé situa-se o coro-alto composto por balaustrada granítica. 
As paredes são totalmente revestidas de valiosos painéis de azulejos azuis e brancos do século XVIII, ilustrando vários motivos e cenas bíblicas (Bodas de Canã, Ressurreição de Lázaro e Multiplicação dos Pães), atribuíveis a Oliveira Bernardes.
Cobre a nave, um teto de madeira pintada, de ornamento floral, tendo ao centro representada a Visitação. Nas extremidades figuram a esfera armilar coroada e o escudo nacional também coroado. Em redor, um enquadramento constituído por uma balaustrada com querubins sobre plintos, segurando grinaldas e castelãs. Obra pintada em 1743, assinada por Jerónimo da Rocha Braga.
O altar-mor é constituído por um grande retábulo de talha dourada e policroma, construído no século XVIII, em estilo barroco, profusamente decorado com querubins, cachos, folhagens, volutas e colunas torsas, apresentando planta de três eixos verticais, tendo ao centro uma ampla tribuna coroada por anjos de vulto que enquadram as arquivoltas do remate. Alberga um trono volumoso sob cobertura em caixotões. Saliente encontra-se um sacrário coroado por crucifixo com a imagem escultórica de Cristo com cabeleira.
Na sacristia estão pinturas das quais merece menção uma tábua do século XVII representando o Purgatório. 
Uma tela do século XVI, representando a Visitação, tem a assinatura de Afonso Sanches Coelho.
A fachada posterior assenta no paramento externo da cerca urbana medieval.

sábado, 7 de julho de 2018

Museu da Região Flaviense

Portugal \ Vila Real \ Chaves \ Santa Maria Maior

Praça de Camões, Chaves.
Instalado no Paço dos Duques de Bragança.
Inicialmente recebeu o nome de Museu da Região Flaviense, mas posteriormente foi atribuída esta designação à rede de museus municipais, que abrange os vários museus temáticos da região, passando este museu, que encabeça a rede, a designar-se por Núcleo de Arqueologia e de Pré-História.
A sua origem remonta a 1929, aquando da passagem de Chaves de vila a cidade. A primeira casa foi na antiga igreja do Convento das Freiras.
Em 1945 foi transladado para uma casa senhorial que integrava a capela de Santa Catarina, no Largo do Anjo (atual 8 de julho).
Está, desde 1978, instalado no atual edifício.
Possui um acervo onde está reunido, essencialmente, arqueologia e etnografia recolhida durante dezenas de anos por arqueólogos amadores, doações de filantropos e beneméritos e ainda do resultado das diversas escavações arqueológicas levadas a cabo na região. O espólio remonta entre o III milénio a.C. e o período correspondente à romanização.
Os primeiros vestígios datam do Calcolítico. Do seu acervo fazem parte objetos líticos (machados, enxós, pontas de seta, lâminas, etc.), cerâmica (vasos decorados), objetos de adorno (contas de colar e elementos de fiação e tecelagem), metais (punhais, pontas de lança, machados, anéis, braceletes, argolas, etc.), estátuas em pedra (estelas e menires) e elementos de moagem (mós).
Do período romano conserva uma das mais ricas coleções epigráficas, nomeadamente de caráter votivo, honorifico, funerário e viário. Destaque para a coleção numismática, objetos de adorno, cerâmica, materiais de construção, estatuetas e elementos de fiação e tecelagem. Realce ainda para as aras, uma lápide alusiva a um combate de gladiadores, a estátua de Faiões e os utensílios de uso quotidiano.

quinta-feira, 5 de julho de 2018

Paços do Concelho de Chaves

Portugal \ Vila Real \ Chaves \ Santa Maria Maior

Praça de Camões, Chaves. 
Edifício construído na primeira metade do século XIX para residência de António de Souza Pereira Coutinho, Morgado de Vilar de Perdizes.
Em 1861, ainda inacabado, foi adquirido pela Câmara Municipal que termina as obras e o adapta para servir como sede da sua administração. 
A fachada principal é composta por três pisos, com três panos simétricos definidos por pilastras toscanas, sendo o central, de dois registos, rasgado por pórtico de verga abatida moldurada e ladeado por dois óculos ovalados com moldura alteada coroada por cornija em empena. Termina em frontão triangular com brasão coroado no tímpano e rematado por relógio moldurado de pedra decorada com volutas e motivos fitomórficos assente em altas aletas. 
No seu interior destaca-se a imponente escadaria em granito que dá acesso aos andares superiores, o silhar de azulejos azuis com temática campestre, e o salão nobre.