sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Marvão

Portugal \ Portalegre \ Marvão \ Santa Maria de Marvão




    Vila alentejana, sede de concelho, situada a 22 km a nordeste de Portalegre, junto à raia, em pleno Parque Natural da Serra de São Mamede.

    É uma das mais emblemáticas e bonitas vilas alentejanas.



    O burgo localiza-se no alto de um rochedo quartzítico, quase inacessível, chamado de Serra do Sapoio, dominando tudo ao seu redor. A sua altitude varia entre os 801 e os 867 metros, no castelo.



    Toda a vila de Marvão encontra-se dentro de muralhas que se ligam ao castelo, mais a norte e no ponto mais alto do rochedo. 



    A maioria do edificado é datada do século XV-XVI e caraterizado por casas de dois pisos.

    O núcleo intramuros de Marvão encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público desde 29 de setembro de 1948.


Ponte da Portagem

    O acesso à vila faz-se através de uma só estrada, ingreme e sinuosa, a partir do sítio da Portagem.


Ibn Maruán

    Reza a lenda que o nome da vila deriva do nome Ibn Maruán, cavaleiro islâmico do século IX, que aqui se recolhia.

    Terá sido ocupado em 876-877 pelo mulani rebelde ao Emirato de Córdova, Ibn Maruán.

    A primeira referência a Marvão, data do século X, em crónicas árabes.

    Entre 1161 e 1167 foi conquistada pelos exércitos cristãos, ficando na posse dos Templários.

    Em 1226 recebeu foral por Dom Sancho II, englobando no seu termo uma vasta região do atual distrito de Portalegre.

    No reinado de Dom Afonso III (1248-79), Marvão é doada à Ordem do Hospital e, mais tarde, ao seu filho Dom Afonso (1271).

    Em 1299 foi tomada por Dom Dinis, para que não caísse em mãos estrangeiras, pois as filhas do seu irmão Afonso estavam casadas com fidalgos espanhóis. Ainda nesse ano o seu foral foi confirmado.

    No século XIV, Dom Dinis manda reconstruir a fortificação. A vila desenvolve-se graças ao clima de paz da conquista definitiva do Reino do Algarve e do Tratado de Alcanizes.

    Em 1361, Dom Pedro I empreende medidas contra o despovoamento de Marvão.

    Em 1378, Dom Fernando I força o povoamento do lugar, instituindo um couto de homiziados e concedendo vários privilégios. Neste lugar, situado no topo de uma fraga, sem água e sem terras, era difícil de povoar, a não ser soldados meio desterrados e gente do município.

    Durante o século XV (1407, 1436 e 1497) recebeu privilégios vários, para potenciar o seu povoamento.

    Em 1512 recebeu foral novo outorgado por Dom Manuel I.

    Em 1527, a vila atingiu o seu pico demográfico.

    Entre 1640 e 1662, as sucessivas guerras da Restauração conduziram ao início do despovoamento da vila. Foi o abade Dom João Dama quem empreendeu a reparação do castelo e os consertos dos lanços da muralha em ruínas.

    Em 1755, o terramoto provocou algumas fendas nos principais edifícios religiosos e civis.

    No século XIX, a Praça ficou sem guarnição, perdendo a função militar e demograficamente.

    A 30 de setembro de 1895, o seu concelho foi extinto, sendo anexado ao de Castelo de Vide.

    A 13 de janeiro de 1898 o concelho foi restaurado.


PR6 MRV – Fabulosa Barragem da Apartadura; 2021
monumentos.gov.pt (Núcleo Urbano da Vila de Marvão / Núcleo Intramuros de Marvão), 2021