Largo de Aviz, Vila Nova de Gaia.
Está implantado no cimo de uma
escarpa sobre o rio Douro, chamado de Monte da Meijoeira ou de São Nicolau, em
frente à cidade do Porto.
Parte do Mosteiro está ocupado pelo
exército.
A igreja e o claustro encontram-se
classificados como Monumento Nacional desde 23 de junho de 1910, enquanto a
sala do capítulo, refeitório, cozinha, torre e capela estão declaradas como Imóveis
de Interesse Público, decretada a 11 de fevereiro de 1935. O conjunto integra ainda
o perímetro do Centro Histórico do Porto, classificado pela UNESCO como
Património Mundial da Humanidade, em 1966.
Com
o pretexto de que o mosteiro de Grijó estava em ruinas e se situava “num lugar
baixo e húmido”, os cónegos Regrantes de Santo Agostinho (crúzios), depois de
obterem o acordo do rei Dom João III e o consentimento do bispo do Porto, Dom
Frei Baltasar Limpo, fundaram, em 1537, um novo mosteiro sob a invocação do
Salvador do Mundo. A primeira pedra foi lançada em 28 de Agosto de 1538 (dia de
Santo Agostinho), segundo projeto de Frei Brás de Braga. Foi construído no
sítio em que existia uma pequena ermida da invocação a São Nicolau (datada de
1140), que foi mudada para as abas da serra, num plano inferior, muito perto da
corrente do rio Douro.
Ainda nesse século recebeu vários monges
do Mosteiro de Grijó, da mesma Ordem religiosa.
Em 1563, uma breve do Papa Pio IV manda
separar o antigo mosteiro do Salvador de Ecclesiola do novo Salvador da Serra
do Pilar, regressando os monges a Grijó.
O
mosteiro atual, maneirista, foi iniciado em 1598 e acabado somente em 1672,
ficando do primitivo a torre sineira e o dormitório. É constituído por igreja
de planta circular, capela-mor, claustro e dependências conventuais. O seu
convento com igreja e claustro de planta circular é exemplar único em Portugal.
A igreja, circular, tem alçados de dois registos,
separados por cornija ritmados por pilastras, que correspondem mais a
contrafortes, decorados por pináculos ao nível do segundo registo e nos
telhados, estes intercalados com a balaustrada que coroa a igreja. Nos vários
panos abrem-se ao nível do piso inferior, pequenos vãos e, ao nível do andar
superior, janelas com forte enxalço. É rasgada por portal de arco pleno,
enquadrado por estrutura com quatro colunas que apoiam o entablamento,
sobrepujado por nicho ladeado por volutas e frontão triangular interrompido por
cruz. O templo é encimado por cúpula com lanternim de cantaria.
O interior da igreja está dividido por
duplas pilastras que intercalam capelas com retábulos de talha maneirista. Entre
si, duas ou três imagens setecentistas. O arco triunfal, bastante elevado, é
ladeado por dois púlpitos com baldaquinos de talha, encimados por nichos com as
imagens dos quatro evangelistas. Na capela-mor, coberta em abobada de berço
formando caixotões, alberga um retábulo de talha branca e dourada, neoclássica.
A torre dispõe-se no lado esquerdo. É dos
poucos vestígios que ficaram do templo anterior.
O claustro, concluído em 1692, é também
circular. É composto apenas por um piso com cobertura em abóbada circular de
volta inteira com nervura central apoiada em 36 belas colunas jónicas que suportam
cornija encimada por platabanda amplamente decorada por almofadas retangulares
e rendilhado de volutas e cartelas, intercaladas por pináculos.
O chafariz do claustro segue o modelo dos chafarizes de João Lopes o Velho,
tendo sido construído por pedreiros dirigidos pelo filho do mestre.
No início do século XIX, em consequência das
invasões francesas, o edifício passou a aquartelamento militar. Mais tarde, durante
o Cerco do Porto (1832-1833) os liberais ali instalaram uma bateria.
Do mosteiro obtém-se das
melhores panorâmicas sobre o Porto, Gaia e Douro.