domingo, 25 de outubro de 2020

Ponte da Barca

Portugal \ Viana do Castelo \ Ponte da Barca \ União das Freguesias de Ponte da Barca, Vila Nova de Muía e Paço Vedro de Magalhães

Vila, sede de município, situada a 47 km a sudoeste de Viana do Castelo, capital do distrito.

Está localizada na margem esquerda do rio Lima, num vale rodeado de altitudes elevadas.

 

A povoação é antiquíssima, anterior à monarquia.

As inquirições de São Martinho de Paço Vedro, datadas de 1220, referem a povoação da Barca como lugar pertencente ao julgado de Anóbrega, onde já havia um hospital. A denominação deriva do facto de ali existir uma barca de ligação entre as duas margens do rio Vade, ligando a freguesia de Paço Vedro e de Oleiros.

Na segunda metade do século XIV terá sido erguido a primeira passagem sobre o rio Lima.

Em 1386, a povoação já era conhecida por Ponte da Barca e, provavelmente, já seria a sede da terra ou concelho da Nóbrega.

Entre 7 e 30 de outubro desse ano, Dom João I acampa na povoação, juntamente com a comitiva do Núncio Apostólico e cerca de dois mil homens e exército, aquando da sua viagem para se encontrar com o Duque de Lencastre, pretendente aos reinos de Castela e Leão.

No século XV foi nomeado o primeiro senhor de Ponte da Barca, João de Magalhães.

A 24 de outubro de 1513, recebeu foral novo outorgado por Dom Manuel I, às então designadas Terras da Nóbrega.

No Numeramento de Dom João II à população de Entre Douro e Minho, datado de 27 de agosto de 1527, é referido Ponte da Barca como uma das maiores e existentes no Norte de Portugal, composta por 100 fogos, fora clérigos, abades e fidalgos.

Em 1706 era pertença do rei, constituída por 250 vizinhos.

As memórias paroquiais datadas de 1758 referem Dom João Luís Meneses como donatário da vila.

A 28 de janeiro de 2013, a sua freguesia foi agregada às de Vila Nova de Muía e Paço Vedro de Magalhães.

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sábado, 24 de outubro de 2020

Mosteiro de Vila Nova de Muía

Portugal \ Viana do Castelo \ Ponte da Barca \ União das Freguesias de Ponte da Barca, Vila Nova de Muía e Paço Vedro de Magalhães


    Adro do Mosteiro, Vila Nova de Muía.

    Implantado ao fundo de um largo com cruzeiro, ladeado por construções particulares.

    Está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 20 de agosto de 1946.

    Mosteiro de cariz românico. Terá sido edificado em 1100 por Godinho Fajes de Lanhoso, companheiro de armas de Dom Henrique (1093-1112), de quem recebeu carta de couto, confirmada em 1141 por Dom Afonso Henriques.

    As Inquirições de 1220 mostram que o mosteiro tinha um domínio muito pequeno.

    Em 1549, estava unido ao mosteiro de Santa Maria de Refoios do Lima.

    Em 1580 foi integrado na Congregação de Santa Cruz de Coimbra.

    Em 1594 falece António Martins, último prior perpétuo e autor da alteração do frontispício.

    Em 1834, após a extinção das ordens religiosas, a comunidade monástica ficou reduzida a apenas dois elementos. A sua longa estrutura foi desmantelada e vendida em hasta pública, motivo pela qual, hoje, o mosteiro pertence a inúmeros proprietários.


    A igreja do mosteiro foi convertida em paroquial, dedicada a Nossa Senhora da Guia. Apresenta planta composta por nave única e capela-mor, ambas retangulares.


    A frontaria, remodelada no século XVI em estilo renascentista, é rasgada por pórtico de arco pleno ladeado por pilastras que suportam frontão triangular com inscrição e nicho, encimado por óculo quadribolado. Termina em empena.

    Tem adossada a sul, torre sineira de planta quadrangular, erguida no século XVI, também renascentista. É rasgada por fresta e quatro sineiras e encimada por cornija com gárgulas de canhão nos cunhais.

    O interior da igreja, com cobertura de caixotões pintados sobre madeira, é percorrido lateralmente por friso enxaquetado românico.

    Na parede norte da nave encontra-se um portal, entaipado, que dava acesso ao claustro. Composto por duas arquivoltas e tímpano esculpido com a Cruz de Malta.

    O arco triunfal, românico, é composto por duas arquivoltas decoradas com motivos lanceolados e formas romboidais, encimado por friso saliente, onde assenta mísula para pintura com Calvário emoldurado a talha.

    A capela-mor, aprofundada no século XVIII, tem cobertura de masseira em caixotões. Guarda altares e retábulos barrocos, em talha dourada.

    A norte do templo encontravam-se as antigas dependências conventuais, sacristia e uma torre defensiva tardo-medieval (séculos XIII-XIV).

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Mosteiro de São Martinho de Crasto

Portugal \ Viana do Castelo \ Ponte da Barca \ União das Freguesias de Crasto, Ruivos e Grovelas


    Largo de São Martinho, Crasto.

    Classificada como Monumento Nacional desde 6 de março de 1996 (igreja).

    Fundado em 1136 por Dom Onerico Soeiro, Senhor do lugar de Crasto e administrador da Terra da Nóbrega. Pouco tempo depois passou a seguir a Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho.

    Em 1182, o arcebispo Dom Godinho manda ampliar a igreja e institui o culto ao Santíssimo Sacramento.

    Em 1190, o seu património foi amplamente enriquecido com a doação das igrejas de Oleiros, Santa Eulália, Sampriz e Bravães.

    Em inícios do século XV era considerado como um dos mais numerosos mosteiros agostinhos da arquidiocese.

    No século XVI foi construída a torre e ampliado o corpo da igreja para ocidente.

    Em 1590 foi incorporado com todos os seus bens à Congregação de Santa Cruz de Coimbra.

    Na primeira metade do século XVII foi unido ao Mosteiro de São Teotónio de Viana, levando à transferência dos seus religiosos e bens.

    No século XVIII, a capela-mor foi aprofundada, para albergar o retábulo.

    Em 1767, com a extinção do mosteiro de Viana, a administração dos bens de São Martinho de Crasto passou para a alçada do Mosteiro de Santa Maria de Refoios de Lima, com a obrigação de repartir o seu rendimento com o Colégio da Sapiência da cidade e Universidade de Coimbra. Nesta data não tinha cónegos residentes, fazendo-se a cobrança das rendas por dois religiosos de Santa Maria de Vila Nova de Muía.

    Em 1770, os seus bens passaram a ser exercidos pelo Mosteiro de Mafra, até ser definitivamente extinto pelo decreto de 30 de maio de 1834.

    Da sua grande estrutura primitiva, apenas resta a igreja, convertida em paroquial. Composta por planta longitudinal com nave única e capela-mor, precedida por torre sineira, quadrangular, construída num plano mais elevado, onde existe um pórtico de ligação à igreja.


    A fachada principal é percorrida por cachorrada de índole vegetalista, geométrica, animal e humana. 


    O interior é acedido por dois pórticos com arcos de volta perfeita, um deles de dupla arquivolta e impostas boleadas e cruz vazada no tímpano. 

    A fachada sul dispõe de dois portais semelhantes, mas ambos entaipados.

    A nave tem cobertura em madeira pintada alusiva ao orago. Alberga, do lado do Evangelho, um púlpito de talha e, do lado contrário um altar aproveitando o vão de uma porta entaipada. Dois altares laterais, em angulo, com talha dourada, ligam-se à que reveste o arco triunfal. A capela-mor, com teto de masseira em caixotões, guarda um retábulo de talha dourada.


    A norte da igreja implantava-se o claustro, com largo, à volta do qual se ergueram algumas casas.

Painel informativo junto ao monumento, 2020
monumentos.gov.pt