sábado, 19 de dezembro de 2020

Jardim Almeida Garrett (Ovar)

 Portugal \ Aveiro \ Ovar \ União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã


Largo de Almeida Garrett, Ovar.

Um dos mais importantes jardins da cidade, com uma área de cerca de 9300 m².

É o mais antigo jardim público de Ovar, construído na viragem do século XIX para o século XX. Na época denominada de Largo Mártir de São Sebastião. Na sua envolvente localizavam-se algumas das mais significativas unidades industriais de Ovar, que davam emprego a uma larga percentagem da população da então vila, com especial destaque para a fábrica de conservas Luso-Brasileira, posteriormente designada por A Varina.

Foi arborizado em 1912 e constituído como parque em 1930.

Em 1960 foi remodelado e em 1973 foi inaugurado o Parque Infantil.


Em dezembro de 2016 foi embelezado com uma escultura de homenagem aos Combatentes Mortos do Concelho de Ovar no Ultramar, da autoria de João Antero de Almeida.


A 2 de setembro de 2017 foi inaugurada a última das requalificações, que englobou a renovação de todo o pavimento interior, a renovação da iluminação e a aplicação de novo mobiliário urbano.


Ostenta uma vegetação de grande porte, relvados e canteiros floridos. Das suas espécies arbóreas fazem parte plátanos, carvalhos americanos, tílias argentinas e algumas resinosas de bom porte e muito ornamentais.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Monumento aos Combatentes Mortos do Concelho de Ovar na Guerra do Ultramar

 Portugal \ Aveiro \ Ovar \ União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã


    Jardim Almeida Garrett, Ovar.

    Homenagem aos 23 combatentes vareiros que perderam a vida na Guerra do Ultramar.

    Monumento inaugurado a 8 de dezembro de 2016, projeto do escultor João Antero de Almeida.


    Estrutura de índole minimalista-purista, constituído por um arco, interrompido, de secção triangular equilátera, colocado na vertical. Um quarto do arco é em aço inox e o restante em aço corten, com acabamento natural, que representa os três ramos das Forças Armadas – Exército, Força Aérea e Marinha.



    A porção metálica em aço inox, pelo seu brilho, representa Portugal. Nela estão gravados os nomes de todos os militares falecidos do concelho de Ovar.

    A interrupção significa a perda física e humana de quem teve de partir para terras longínquas em defesa da pátria.

    A escultura assenta numa calote esférica sobre um metro em relação à base, significando uma porção do espaço planeta Terra que os portugueses descobriram e civilizaram, revestida por pedra calcária amarelada com laivos vermelhos e rosa, remetendo para os sacrifícios dos militares em defesa do país.

    O lancil do redondo é revestido por um tubo redondo de três faces que representa a ligação cultural e de comunicação entre os povos e o país.

ultramar.terraweb.biz

sábado, 5 de dezembro de 2020

Hospital Dr. Francisco Zagalo

 Portugal \ Aveiro \ Ovar \ União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã




    Avenida Nunes da Silva e Rua Francisco Zagalo, Ovar.

    Começou a ser construído a 31 de março de 1958, com a finalidade de servir a assistência médica à sua sub-região (concelho de Ovar).




    Entrou em funcionamento em maio de 1965, sendo inaugurado a 24 de junho de 1966. Substituindo o anterior Hospital da Misericórdia, localizado a nascente, no antigo Colégio das Doroteias (atual Santa Casa da Misericórdia de Ovar).

    A 27 de abril de 1968 passa a designar-se Hospital Concelhio, iniciando a cessão da sua ligação administrativa com a Misericórdia.

    No entanto, somente a 17 de setembro de 1977 é que é empossada a Comissão Instaladora do Hospital, data a partir da qual passou a ser designado por Hospital Concelhio de Ovar.

    Em 1980, face à nacionalização dos hospitais, foi imposto à Misericórdia de Ovar a venda dos equipamentos e existências do Hospital, sendo o edifício arrendado pela Santa Casa.




    A 2 de março de 1983 foi elevado à categoria de Hospital Distrital de Ovar.

    A 14 de novembro de 2003 passou a ser designado por Hospital Dr. Francisco Zagalo, em homenagem ao médico, nascido em Ovar, que se distinguiu pelas suas qualidades de altruísmo e solidariedade, e que muito lutou pela fundação da Misericórdia vareira e em colmatar a assistência médica e sanitária no concelho. Desta união de esforços resultou a construção do novo Hospital de Ovar.




    O edifício compreende um bloco central de internamento com quatro pisos e um outro corpo de apenas um encostado aquele. À qual se juntaram, em 1978, um bloco destinado a lavandaria e casa mortuária.

 

hovar.min-saude.pt
misericordia-ovar.pt

sábado, 28 de novembro de 2020

Museu Damião de Góis e das Vítimas da Inquisição

 Portugal \ Lisboa \ Alenquer \ União das Freguesias de Alenquer (Santo Estêvão e Triana)




Calçada Damião de Góis, Alenquer.

Localizado no interior da Igreja de Santa Maria da Várzea, junto à antiga Judiaria.

Inaugurado a 20 de maio de 2017, após profundas obras de reabilitação.

A sua criação enquadrou-se no projeto Rotas de Sefarad, promovido pela Rede de Judiarias de Portugal, a qual Alenquer aderiu em setembro de 2011.

Espaço de memória relacionado com o grande humanista português Damião de Góis, aqui batizado e sepultado, a sua relação e condição de vítima da Inquisição, a comunidade judaica de Alenquer e uma breve descrição da vila de Alenquer na época.




No espaço encontra-se o carneiro (aberto) da sepultura de Damião de Góis e uma mesa digital que permite aos visitantes percorrer os caminhos do diplomata pela Europa do século XVI.


Guia informativo Museu Damião de Góis e das Vítimas da Inquisição; CM Alenquer; 2020
cm-alenquer.pt/News (Museu Damião de Góis celebra 517 anos do nascimento do Humanista; 2019/01/21)

Igreja e Hospital da Misericórdia de Alenquer

Portugal \ Lisboa \ Alenquer \ União das Freguesias de Alenquer (Santo Estêvão e Triana)



    
Praça Luís de Camões, Alenquer.

    Classificada como Imóvel de Interesse Público desde 24 de janeiro de 1983 (igreja).

    A Casa e Confraria da Misericórdia foram instituídas em 1527 por Dom João III, tendo sido seu primeiro provedor Fernão Velez, fidalgo da Casa Real.

    Por essa altura se terá edificado a igreja, refeita em 1595 por Aires Ferreira e sua esposa Catarina de Góis.

    Em 1665 foi construído o edifício do hospital.

    Em 1730, a igreja foi reedificada.

    A 1 de novembro de 1755, a igreja e o hospital sofreram danos com o terramoto, sendo ainda nesse ano restaurados com algumas transformações.

    Em 1863, o hospital foi transferido para o convento de São Francisco. Funcionando mais tarde como sede do Clube Alenquerense e Tribunal nos pisos superiores e como farmácia e tipografia no inferior.

    Em 1892, a Sociedade Dramática de Alenquer adaptou o edifício a Teatro, segundo projeto de José Juvêncio da Silva. Posteriormente batizado com o nome de Ana Pereira, atriz natural do concelho.




    A fachada é sóbria, rasgada por pórtico de verga reta sobre pilastras que suportam frontão sobreposto pelas armas de Portugal, com coroa e encimado por cruz. É ladeado na direita por duas janelas de molduras simples, gradeadas, e, na esquerda, uma janela de sacada com guarda de ferro.




    O interior, de uma só nave, é coberto por teto em madeira com pintura do século XVIII, apresentando ao centro, escudo real coroado, amparado por dois anjos e envolvido por grinaldas de flores.

    As paredes são revestidas por um silhar de azulejos enxaquetados maneiristas.




    O coro alto, de madeira, com zona central de perfil curvo avançado, assenta sobre duas colunas toscanas de mármore que integram, a meio, pias de água benta circulares.




    No subcoro rasga-se, ao centro, porta de verga reta de acesso ao antigo hospital.




    A meio da nave, no lado do Evangelho, púlpito de mármore, ladeado por dois painéis com florões tendo por fundo gradeamento como os das janelas do lado oposto.

    No lado da Epístola situa-se cadeiral para os mesários da Santa Casa, provavelmente neoclássico, de linhas retas muito simples e com espaço para a cadeira do Provedor.

    O frontal do presbitério é revestido a azulejos barrocos da primeira metade do século XVIII, atribuídos a Policarpo de Oliveira Bernardes. Composição figurativa onde são representadas cenas alusivas ao programa das Misericórdias. Destaque para o painel que representa a Visitação, do lado do Evangelho.




    A capela-mor encontra-se num plano mais elevado do que o pavimento da nave, com acesso por escadaria central. Guarda a sepultura de Aires Ferreira e de sua mulher, com inscrição e com as armas dos Ferreiras e Góis.

    A estrutura da cabeceira, em mármore, é composta por três arcos de volta perfeita separados por pilastras com capitéis, sobre o qual se eleva frontão semicircular ladeado por aletas volutadas. A central, mais alta, abriga o retábulo-mor, em talha barroca, guardada por colunas torsas sobre mísulas, suportando três arquivoltas. Os desmembrados retábulos laterais são zelados por torso de louro, com mísula central. O conjunto é encimado no tímpano por tela com figuração da Mater Omnium (Nossa Senhora da Misericórdia), atribuída a Josefa d’Óbidos, datada da segunda metade do século XVII.

    No exterior, junto à cabeceira, ergue-se pequena sineira.

    Adossada paralelamente à fachada posterior, ergue-se um corpo de ligação com o antigo hospital, integrando a sacristia.




    O edifício do antigo hospital, à esquerda é composto por três pisos delimitados por pilastras, possuindo, na fachada lateral esquerda, dois arcos junto à cobertura, que se ligam ao edifício contíguo.

 

Painel informativo localizado junto ao monumento; 2020
Painel informativo localizado no interior da Igreja da Misericórdia; 2020
monumentos.gov.pt (Edifício, Igreja e Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Alenquer / Teatro Ana Pereira); 2020

domingo, 22 de novembro de 2020

Alenquer

Portugal \ Lisboa \ Alenquer \ União das Freguesias de Alenquer (Santo Estêvão e Triana)




    Vila situada a 46 km a nordeste de Lisboa, na chamada região do Oeste, na encosta sobranceira à lezíria.



    A cidade, constituída pelas freguesias de Santo Estêvão e Triana, é atravessada pelo rio Alenquer, afluente do Tejo.

    É sede de município constituído por 11 freguesias. Faz fronteira com os concelhos de Cadaval, Azambuja, Vila Franca de Xira, Arruda dos Vinhos, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras.

    O seu território é ocupado desde tempos pré-históricos, comprovado pelos vestígios encontrados no morro do castelo.




    Em 714 foi conquistada por Alan Cana para os mouros, que a muralharam.

    Em 1148, depois de dois meses de cerco, Dom Afonso Henriques tomou-a, mandando depois reparar as muralhas e repovoar a vila.




    Em 1211, Dom Sancho I construiu o Paço Real que doou, juntamente com o castelo e respetiva vila, à sua filha Dona Sancha, na qual se refugiou devido à contenda com o irmão Dom Afonso II que discordou da doação.

    Entre 1211 e 1216 sofreu bastante com as guerras entre Dom Afonso II e as irmãs. O conflito só foi resolvido com a intervenção do Papa Inocêncio III, ficando o rei obrigado a indemnizar as infantas com muito dinheiro. A guarnição do castelo foi confiada a cavaleiros templários, mas era o monarca que exercia as funções soberanas sobre as terras e não Dona Sancha como julgava ter e que levou à guerra.




    Em 1281, é doada como dote a Dona Isabel de Aragão, mulher de Dom Dinis. Passaria a pertencer à Casa das Rainhas, sendo a monarca a sua primeira Senhora.

    Em 1340, o seu senhorio passa da coroa para Dona Constância, esposa de Dom Pedro I.

    No século XIV, durante o reinado de Dom Fernando (1367-1387), a malha defensiva iria sofrer benefícios, uma vez que a sua localização geográfica era estratégica para a defesa de Lisboa e do Tejo.

    Com as convulsões sociais ocorridas após a morte deste soberano, a vila acolheria a rainha viúva Leonor Teles, antes de partir para Santarém onde receberia a filha e herdeira Dona Beatriz, casada com o rei de Castela. Sendo-lhe leal, Alenquer sofreu o cerco e a destruição das suas muralhas, por ordem do Mestre de Avis, aclamado rei de Portugal.




    Em 1571, Dom Sebastião recebe jurisdição da vila.

    Em 1706 foi elevada a cabeça de comarca.

    Em 1810, após a Batalha do Buçaco, sofreu grandes estragos devido à fixação de tropas aliadas nas Linhas de Torres.




Painel informativo localizado no interior do Museu Damião de Góis, Alenquer; 2020
monumentos.gov.pt (Castelo de Alenquer / Castelo e Cerca Urbana de Alenquer); 2020
monumentos.gov.pt (Núcleo Urbano da Vila de Alenquer); 2020

Igreja de Santa Maria da Várzea (Alenquer)

 Portugal \ Lisboa \ Alenquer \ União das Freguesias de Alenquer (Santo Estêvão e Triana)



    Calçada Damião de Góis, Alenquer.

    Implantado num pequeno adro gradeado, junto à antiga Judiaria.

    É também conhecida por Nossa Senhora da Várzea ou da Purificação.

    Em 1203 já era paróquia, onde se incluía o bairro da Judiaria.

    Na década de 1220, Dona Sancha terá reconstruído ou mandado fazer uma nova igreja paroquial.

    No século XV foi destruída por um incendio atribuído aos judeus que habitavam junto ao postigo de São Tiago, sendo condenados a reedificá-la.



    
Em 1574 aqui foi sepultado Damião de Góis, num sumptuoso túmulo situado na capela-mor e patrocinado pelo próprio.

    A 1 de novembro de 1755 foi muito afetada pelo terramoto.

    Em meados do século XIX, a paróquia foi extinta e integrada na freguesia de Triana, vindo a ficar devoluta e despojada de objetos de culto.

    Encerrada ao culto, rapidamente se precipitou a sua degradação, vindo a sofrer grandes obras de reconstrução, em finais do mesmo século, que não chegaram a acabar-se.

    Em 1901, restando apenas as paredes e a cobertura, a igreja foi totalmente reconstruída e ampliada, sem obedecer à traça primitiva, por iniciativa do alenquerense Moisés do Carmo e sob o patrocínio da rainha Dona Amélia.

    A 30 de agosto de 1941, os restos mortais de Damião de Góis foram transferidos desta igreja para uma capela construída propositadamente na Igreja de São Pedro, com todos os seus originais (a laje tumular, uma lápide armoriada, outra lápide com inscrição e escultura da cabeça de Góis, uma janela com pequenos colunelos, e o próprio pavimento).




    A 20 de maio de 2017 foi convertida em museu dedicado a Damião de Gois e às Vítima da Inquisição.

 


    A fachada é rasgada por portal encimado por janela, ambos de verga reta destacada. Termina em frontão triangular encimado por cruz.




    Tem adossado à esquerda torre sineira de planta quadrada, superiormente rematada por coruchéu piramidal animado por pináculos.




     O interior apresenta nave única, ladeada por bases de púlpito de cantaria.

    Precede a capela-mor arco triunfal de cantaria com capitéis destacados, ladeado por dois nichos nas paredes colaterais.

 

Guia informativo Museu Damião de Góis e das Vítimas da Inquisição; CM Alenquer; 2020
Painel informativo localizado no interior do Museu Damião de Góis, Alenquer; 2020
monumentos.gov.pt (Igreja de Santa Maria da Várzea); 2020

Convento de São Francisco (Alenquer)

 Portugal \ Lisboa \ Alenquer \ União das Freguesias de Alenquer (Santo Estêvão e Triana)



    Largo de São Francisco, Alenquer.

    Convento franciscano fundado em 1222 pela infanta Dona Sancha, filha de Dom Sancho I e Senhora de Alenquer. Para esse fim concedeu a Frei Zacarias os seus Paços Reais, tornando-se no primeiro mosteiro da Ordem de São Francisco a ser construído em Portugal.


    Em 1755, o terramoto destruiu a parte mais antiga do edifício conventual, como a igreja e o corpo sul onde se situavam o dormitório, o capítulo e a enfermaria.



    Na segunda metade do século XVIII beneficiou de uma grande campanha de obras.

    É composto pela articulação de vários corpos em torno do claustro, dos quais se destaca a igreja e as capelas da família Miranda Henriques e de Santa Sancha.

    Extinto pela lei de 1834, esteve alguns anos abandonado, até que a cerca veio a ser concedida ao município para servir de cemitério. A igreja passou a matriz da vila e as restantes dependências conventuais cedidas para nelas se estabelecer o Hospital da Misericórdia.

 


    O portal principal, de raiz gótica, é um dos poucos elementos originais do mosteiro que chegou até aos nossos dias. Inserido em gablete, apresenta arco quebrado de três arquivoltas sobre colunelos e capitéis decorados com motivos vegetalistas, intercalados por meias esferas. É encimado por pedra de armas de Dom Dinis, ladeada por duas inscrições.



    Um painel de azulejos azuis figurados envolve a porta claustral. Representam dois quadros grandes superiores e dois inferiores. O quadro superior da esquerda ilustra o aparecimento em Alenquer dos cinco Mártires de Marrocos à infanta Dona Sancha, e o da direita exibe o beato Frei Zacarias, ajoelhado em frente do Senhor Crucificado. Os dois quadros inferiores são paisagens fantasiosas. Obra da primeira metade do século XVIII, da autoria do azulejista Policarpo de Oliveira Bernardes. Restaurado no século XXI e em setembro de 2017.



Painéis informativos localizados junto ao monumento; 2020
Painel informativo localizado no interior do Museu Damião de Góis, Alenquer; 2020
monumentos.gov.pt (Convento de São Francisco); 2020

sábado, 21 de novembro de 2020

Castelo de Alenquer

 Portugal \ Lisboa \ Alenquer \ União das Freguesias de Alenquer (Santo Estêvão e Triana)

    


    Rua Pero de Alenquer e Calçada Damião de Góis, Alenquer.

    Classificado como Imóvel de Interesse Público desde 20 de outubro de 1955.




    O primitivo castelo de Alenquer terá sido construído a partir de 714, durante o período muçulmano, sobre vestígios pré-históricos. Apresentava planta irregular alongada, adaptada à morfologia do terreno.




    Foi conquistado em 1148 por Dom Afonso Henriques que terá demorado dois meses para o tomar. Mandando depois reparar as muralhas e repovoar a vila.




    Entre 1211 e 1216 sofreu bastante com as guerras entre Dom Afonso II e as irmãs.

    No século XIV, durante o reinado de Dom Fernando (1367-1387), a malha defensiva iria sofrer benefícios, uma vez que a sua localização geográfica era estratégica para a defesa de Lisboa e do Tejo.

    Com as convulsões sociais ocorridas após a morte deste soberano, a vila acolheria a rainha viúva Leonor Teles, antes de partir para Santarém onde receberia a filha e herdeira Dona Beatriz, casada com o rei de Castela. Sendo-lhe leal, Alenquer sofreu o cerco e a destruição das suas muralhas, por ordem do Mestre de Avis, aclamado rei de Portugal.

 

    Do seu antigo castelo subsiste apenas os troços a norte, como a Torre da Couraça, a Porta da Conceição, vestígios da antiga alcáçova e alguns panos de muralha coroados por merlões e corridos por adarve.


    A Porta de Nossa Senhora da Conceição era uma das duas portas principais da muralha da vila. Está ladeada por duas torres quadrangulares, sendo a da direita encimada por cubelo triangular com pequena sineira, vestígio da antiga capela erigida cerca de 1740.



    As primitivas torres da porta foram arrasadas pelo terramoto de 1755.

    Em 1940 foi reconstruída, juntamente com os panos de muralha que a ladeiam, enquanto a capela foi demolida. É, atualmente, o espaço mais preservado de todo o antigo complexo defensivo.



    
Frente à porta, num plano mais baixo, fica a Torre da Couraça, de planta quadrangular, com corredor protegido por muralha. Tinha como objetivo proteger a fonte. Existia ainda uma passagem subterrânea de ligação à vila, utilizada pelos habitantes para abastecimento de água em caso de cerco.

    Da antiga alcáçova, localizada na parte alta da vila, no topo de um monte envolvido por mato, restam apenas alguns panos de muro.


Painel informativo localizado junto ao monumento; 2020
Painel informativo localizado no interior do Museu Damião de Góis, Alenquer; 2020
monumentos.gov.pt (Castelo de Alenquer / Castelo e Cerca Urbana de Alenquer); 2020

domingo, 25 de outubro de 2020

Ponte da Barca

Portugal \ Viana do Castelo \ Ponte da Barca \ União das Freguesias de Ponte da Barca, Vila Nova de Muía e Paço Vedro de Magalhães

Vila, sede de município, situada a 47 km a sudoeste de Viana do Castelo, capital do distrito.

Está localizada na margem esquerda do rio Lima, num vale rodeado de altitudes elevadas.

 

A povoação é antiquíssima, anterior à monarquia.

As inquirições de São Martinho de Paço Vedro, datadas de 1220, referem a povoação da Barca como lugar pertencente ao julgado de Anóbrega, onde já havia um hospital. A denominação deriva do facto de ali existir uma barca de ligação entre as duas margens do rio Vade, ligando a freguesia de Paço Vedro e de Oleiros.

Na segunda metade do século XIV terá sido erguido a primeira passagem sobre o rio Lima.

Em 1386, a povoação já era conhecida por Ponte da Barca e, provavelmente, já seria a sede da terra ou concelho da Nóbrega.

Entre 7 e 30 de outubro desse ano, Dom João I acampa na povoação, juntamente com a comitiva do Núncio Apostólico e cerca de dois mil homens e exército, aquando da sua viagem para se encontrar com o Duque de Lencastre, pretendente aos reinos de Castela e Leão.

No século XV foi nomeado o primeiro senhor de Ponte da Barca, João de Magalhães.

A 24 de outubro de 1513, recebeu foral novo outorgado por Dom Manuel I, às então designadas Terras da Nóbrega.

No Numeramento de Dom João II à população de Entre Douro e Minho, datado de 27 de agosto de 1527, é referido Ponte da Barca como uma das maiores e existentes no Norte de Portugal, composta por 100 fogos, fora clérigos, abades e fidalgos.

Em 1706 era pertença do rei, constituída por 250 vizinhos.

As memórias paroquiais datadas de 1758 referem Dom João Luís Meneses como donatário da vila.

A 28 de janeiro de 2013, a sua freguesia foi agregada às de Vila Nova de Muía e Paço Vedro de Magalhães.

monumentos.gov.pt