Portugal \ Lisboa \ Alenquer \ União das
Freguesias de Alenquer (Santo Estêvão e Triana)
Praça Luís de Camões, Alenquer. Classificada como Imóvel de Interesse Público desde 24
de janeiro de 1983 (igreja).
A Casa e Confraria da Misericórdia foram instituídas
em 1527 por Dom João III, tendo sido seu primeiro provedor Fernão Velez, fidalgo
da Casa Real.
Por essa altura se terá edificado a igreja, refeita em 1595 por
Aires Ferreira e sua esposa Catarina de Góis.
Em 1665 foi construído o edifício do hospital.
Em 1730, a igreja
foi reedificada.
A 1 de novembro de 1755, a igreja e o hospital sofreram
danos com o terramoto, sendo ainda nesse ano restaurados com algumas
transformações.
Em 1863, o hospital
foi transferido para o convento de São Francisco. Funcionando mais tarde como
sede do Clube Alenquerense e Tribunal nos pisos superiores e como farmácia e
tipografia no inferior.
Em 1892, a
Sociedade Dramática de Alenquer adaptou o edifício a Teatro, segundo projeto de
José Juvêncio da Silva. Posteriormente batizado com o nome de Ana Pereira,
atriz natural do concelho.
A fachada é sóbria, rasgada por pórtico de verga reta sobre
pilastras que suportam frontão sobreposto pelas armas de Portugal, com coroa e encimado
por cruz. É ladeado na direita por duas janelas de molduras simples, gradeadas,
e, na esquerda, uma janela de sacada com guarda de ferro.
O interior, de uma só nave, é coberto por teto em madeira com
pintura do século XVIII, apresentando ao centro, escudo real coroado, amparado
por dois anjos e envolvido por grinaldas de flores.
As paredes são revestidas por um silhar de azulejos enxaquetados
maneiristas.
O coro alto, de madeira, com zona central de perfil curvo
avançado, assenta sobre duas colunas toscanas de mármore que integram, a meio,
pias de água benta circulares.
No subcoro rasga-se,
ao centro, porta de verga reta de acesso ao antigo hospital.
A meio da nave, no
lado do Evangelho, púlpito de mármore, ladeado por dois painéis com florões
tendo por fundo gradeamento como os das janelas do lado oposto.
No lado da Epístola
situa-se cadeiral para os mesários da Santa Casa, provavelmente neoclássico, de
linhas retas muito simples e com espaço para a cadeira do Provedor.
O frontal do
presbitério é revestido a azulejos barrocos da primeira metade do século XVIII,
atribuídos a Policarpo de Oliveira Bernardes. Composição figurativa onde são
representadas cenas alusivas ao programa das Misericórdias. Destaque para o
painel que representa a Visitação, do lado do Evangelho.
A capela-mor encontra-se num plano mais elevado do que o pavimento
da nave, com acesso por escadaria central. Guarda a sepultura de Aires Ferreira
e de sua mulher, com inscrição e com as armas dos Ferreiras e Góis.
A estrutura da
cabeceira, em mármore, é composta por três arcos de volta perfeita separados
por pilastras com capitéis, sobre o qual se eleva frontão semicircular ladeado
por aletas volutadas. A central, mais alta, abriga o retábulo-mor, em talha
barroca, guardada por colunas torsas sobre mísulas, suportando três
arquivoltas. Os desmembrados retábulos laterais são zelados por torso de louro,
com mísula central. O conjunto é encimado no tímpano por tela com figuração da Mater
Omnium (Nossa Senhora da Misericórdia), atribuída a Josefa d’Óbidos, datada
da segunda metade do século XVII.
No exterior, junto
à cabeceira, ergue-se pequena sineira.
Adossada
paralelamente à fachada posterior, ergue-se um corpo de ligação com o antigo hospital,
integrando a sacristia.
O edifício do
antigo hospital, à esquerda é composto por três pisos delimitados por pilastras,
possuindo, na fachada lateral esquerda, dois arcos junto à cobertura, que se
ligam ao edifício contíguo.
Painel informativo localizado junto ao
monumento; 2020
Painel informativo localizado no interior
da Igreja da Misericórdia; 2020
monumentos.gov.pt
(Edifício, Igreja e Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Alenquer / Teatro
Ana Pereira); 2020