domingo, 19 de janeiro de 2020

Ponte Dona Maria Pia

Portugal \ Porto \ Porto \ Bonfim
Portugal \ Porto \ Vila Nova de Gaia \ União das Freguesias de Santa Marinha e São Pedro da Afurada
Portugal \ Porto \ Vila Nova de Gaia \ Oliveira do Douro

Ponte ferroviária metálica sobre o rio Douro. Liga o monte do Seminário, no Porto, à Serra do Pilar, em Vila Nova de Gaia.
Está classificada como Monumento Nacional desde fevereiro de 1982 e como Historic Civil Engineering Ladmark desde 1990. Apesar de estar fora da zona classificada pela UNESCO, faz-se uma menção à ponte.
A construção da ponte foi adjudicada, em 22 de Junho de 1875, à empresa Gustave Eiffel et Compagnie, de Paris. Foi iniciada no dia 5 de Janeiro de 1876, projetada pelo célebre Gustave Eiffel e pelo berlinense Theóphile Seyring.
A 30 de Outubro de 1878, deu-se por concluída a ponte. Foi inaugurada no dia 4 de Novembro do mesmo ano, e nem a família real faltou. O rei Dom Luís I e a rainha Dona Maria Pia, que lhe deu o nome, viajaram no comboio inaugural, na negra locomotiva a vapor nº 02049.
Desde 1928 que houve diversas tentativas e projetos para substituir a ponte Maria Pia. Alguns previam mesmo demoli-la. No entanto só foi desativada a 25 de Junho de 1991, substituída pela ponte de São João, após muitos reforços e melhoramentos.  
Foi a primeira travessia ferroviária a ser construída no rio Douro. É composta por um grande arco que suporta um tabuleiro ferroviário de 354 metros de comprimento de via simples apoiado em cinco pilares em formato tronco-piramidal (três do lado de Gaia e dois do lado do Porto). Eleva-se a 61 metros de altura acima do nível do rio e pesa 1600 toneladas de ferro. Foi a primeira ponte em Portugal em que os apoios intermédios foram substituídos por um arco de grande dimensão.
Théophile Seyring encarregou-se de colocar a cidade do Porto em todos os manuais de engenharia, ao efetuar os cálculos do arco parabólico que permitiu vencer um vão de 140 metros, pela primeira vez no Mundo numa construção metálica.
Apresenta algumas semelhanças com o viaduto de Garabit, sobre o rio Truyère, em Cantal, França.

Caves Ramos Pinto

Portugal \ Porto \ Vila Nova de Gaia \ União das Freguesias de Santa Marinha e São Pedro da Afurada

Avenida de Ramos Pinto nºs 380-400, Vila Nova de Gaia.
Está localizada na margem esquerda do rio Douro, num ambiente caraterizado pela concentração de edifícios designados por Caves do Vinho do Porto.
Complexo arquitetónico composto pelo edifício principal, várias caves e armazéns de envelhecimento do vinho.
Foi fundada em 1880 por Adriano Ramos Pinto, a quem mais tarde se juntou o irmão António e outros sócios.
Ao longo dos anos passou por várias instalações da zona história de Vila Nova de Gaia até assentar em definitivo no atual edifício, construído em 1907.
Os vinhos do Porto da Ramos Pinto são elaborados no centro de vinificação da Quinta do Bom Retiro e depois de concluídos os primeiros passos da vinificação, são transportados para as históricas caves, em Vila Nova de Gaia, onde cumprem o seu longo processo de envelhecimento.
Nas caves, o visitante é levado numa viagem por ambientes, imagens, objetos e memórias de séculos passados, que inclui a visita a uma área museológica, aberta ao público em 2002, e uma prova de vinhos.

sábado, 18 de janeiro de 2020

Caves Ferreira Porto

Portugal \ Porto \ Vila Nova de Gaia \ União das Freguesias de Santa Marinha e São Pedro da Afurada

Avenida Ramos Pinto nº 70, Vila Nova de Gaia.
É uma das mais bonitas e especiais caves de vinho do Porto.
É referenciada desde 1751. O patriarca da família já então era dono de vinhas em áreas posteriormente integradas na Região Demarcada do Douro. Os seus netos José Bernardo e António Bernardo aumentaram consideravelmente o património agrícola que tinham herdado. O casamento entre os seus descendentes, os primos António Bernardo e Antónia Adelaide viria consolidar um património único e marcar de forma indelével o futuro da Ferreira.
Dona Antónia Adelaide Ferreira ficou viúva aos 33 anos e assumiu os negócios da empresa que consolidou e aumentou graças ao seu espírito empreendedor e carisma. Dotada de uma energia excecional e de um talento comercial sem rival na sociedade portuguesa do seu tempo, de que não se conhece outro exemplo, conseguiu, apesar da agitação política da época, dar um grande impulso à viticultura no Douro, criando quintas ainda hoje famosas, plantando vinhas, construindo adegas modernas, abrindo estradas e caminhos em áreas praticamente desertas, desenvolvendo métodos de viticultura e enologia e produzindo vinhos de grande qualidade. Ao mesmo tempo desenvolveu uma notória atividade de assistência social e financiou a construção de hospitais, infantários e escolas, numa tal dimensão que a sua memória ainda hoje é venerada. A sua inteligência e bondade conquistaram a calorosa admiração dos seus contemporâneos, que lhe chamavam a Ferreirinha. É sob este nome – Casa Ferreirinha – que, por tradição, os vinhos Douro doc da companhia são apresentados em Portugal. Conta-se que num trágico acidente de barco rabelo, Dona Antónia flutuou no Douro salva pelo seu amplo vestido.
Com a sua morte, em 1896, a empresa passa a sociedade por quotas e inicia-se uma nova fase de adequação e expansão às necessidades dos tempos.
Em 1987 foi adquirida pela Sogrape.
Nas suas caves, em Vila Nova de Gaia, datadas de 1876 sobre um antigo convento, repousa uma das maiores e melhores coleções de Vinhos do Porto dos séculos XIX e XX, sendo o vinho mais antigo datado de 1815. Na sala de receção, os visitantes podem assistir à descrição das características da região do Douro, com referência à localização das quintas, vinhas e instalações de vinificação da Ferreira. Nos armazéns é feita uma descrição das operações feitas ao vinho do Porto no seu processo de envelhecimento. Segue-se uma passagem pelo pequeno museu de utensílios de tanoaria e, por fim, tem lugar uma prova de Porto Ferreira.
Ferreira foi a primeira marca de Vinho do Porto a abandonar a venda a granel e a primeira marca a apostar na categoria Reserva com o vinho Dona Antónia.

sábado, 11 de janeiro de 2020

Ponte de Luís I

Portugal \ Porto \ Porto \ União das Freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória
Portugal \ Porto \ Vila Nova de Gaia \ União das Freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória

Ponte sobre o rio Douro, encaixado num vale profundo. Os seus tabuleiros, em diferentes cotas, possibilitam o acesso a diferentes zonas das cidades do Porto e Vila Nova de Gaia. O superior liga o morro da Sé Catedral do Porto à escarpa fronteira da serra do Pilar, em Gaia, enquanto o inferior une as duas zonas ribeirinhas.
Está classificada como Imóvel de Interesse Público desde fevereiro de 1982 e como Património Mundial da UNESCO desde 1996.
É definida como um marco da idade de ferro da arquitetura portuguesa.
Ponte metálica, de circulação rodoviária, ferroviária e pedonal, composta por dois tabuleiros, sustentados por um grande arco com 173 metros de diâmetro e 49 metros de flecha. O tabuleiro superior mede 394 metros de comprimento, enquanto o inferior tem 173 metros de comprimento.
Iniciou-se em 1881 e foi inaugurada em 31 de Outubro de 1886, projeto de Téophile Seyring, discípulo de Eiffel, da sociedade belga Willebroeck, de Bruxelas, para substituir a Ponte Pênsil, entretanto desmontada. Toda a estrutura é metálica e nela foram empregues cerca de três milhões e quarenta e cinco mil quilos de aço.
Em 1887 foi inaugurado o tabuleiro inferior, sendo ainda hoje, a única ponte a ligar, à cota baixa, as ribeiras de Porto e Gaia.
O Dom caiu-lhe porque a população não se compadeceu com a falta de presença do monarca que lhe deu o nome, mas manteve o I.
Na época dispunha de um sistema de portagens a favor da empresa adjudicatória e mais tarde a favor da Câmara Municipal do Porto, extinto em 1954.
Cerca de 1908 foram colocados os carris dos elétricos, somente removidos em 1954, por altura das obras de reparação a cargo do arquiteto Edgar Cardoso.
Em 2001 foi comparada pelo escritor e diplomata francês Paul Morand a uma torre Eiffel na horizontal.
Em 27 de junho de 2003, os automóveis deixaram de circular no tabuleiro superior para adaptação da estrutura ao metro, inaugurado em 18 de setembro de 2005.
Do seu alto, a 70 metros de altitude, proporciona excelente vista panorâmica.
Mostra semelhanças com a vizinha Ponte de Maria Pia e com a Ponte de Garabit, em Cantal (França).

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Alfândega Nova do Porto

Portugal \ Porto \ Porto \ União das Freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória

Rua Nova da Alfândega, Porto, junto à margem do rio Douro.
Imponente edifício em estilo neoclássico, projeto do arquiteto francês Jean F. G. Colson, datado de 1857.  
Foi construído em cima de uma plataforma artificial, sobre estacaria, no local em que o rio Frio desemboca no rio Douro, localizado no antigo areal de Miragaia.
Durante a execução das obras houve alterações ao nível do projeto base, com a criação de um terceiro piso nos corpos laterais, da responsabilidade dos engenheiros Alberto e Torquato Álvares Ribeiro. Foi inaugurado em 1869.
Tem uma fachada de 268 metros de frente e é composto por três corpos principais, todos simétricos. É marcada ao centro pelo corpo mais alto, encimado por frontão triangular. A definir as esquinas da frente voltada para o Douro, elevam-se duas espécies de torreões.
Ao tempo da sua utilização, o corpo principal destinava-se à área administrativa e os laterais serviam como armazém.
Ao longo do cais dispõem-se um carril para transporte das mercadorias que entra no edifício e se distribui aos armazéns.
A sua construção impulsionou uma reforma urbanística da zona, nomeadamente com a abertura da Rua Nova da Alfandega.
Desativado das suas funções originais, tem sido utilizado para importantes congressos internacionais e atos culturais, tendo sofrido já profundas reformas.
Alberga o Museu dos Transportes e Comunicações, o Museu das Alfândegas Portuguesas e o Porto Legends.