terça-feira, 5 de julho de 2016

Cruzeiro do Senhor do Galo

Portugal \ Braga \ Barcelos \ União das Freguesias de Barcelos, Vila Boa e Vila Frescainha (São Martinho e São Pedro)


        Rua Dr. Miguel Fonseca, Barcelos. Localizado no interior do recinto do Paço dos Condes de Barcelos (Museu Arqueológico).

        Cruzeiro românico construído no século XIV. Originalmente encontrava-se no Alto de Barcelinhos, local onde existia a forca de Barcelos.

        Numa das faces estão representados o galo, o enforcado e São Tiago, ao passo que na outra face estão gravadas as figuras de Nossa Senhora e de São Bento, padroeiros de Barcelos.


        Conta a famosa lenda do Enforcado e do Galo de Barcelos.

        Existem várias versões sobre esta lenda, no entanto, todas elas estão em sintonia em relação à existência do galego em peregrinação a Santiago de Compostela, que é preso, à sua presença diante do juiz e aos acontecimentos posteriores.

        Uma das lendas passa-se numa estalagem muito concorrida, à beira da estrada velha. Certo dia, um romeiro que cumpria um voto a São Tiago de Compostela pernoitou na estalagem. A estalajadeira ficou logo enfeitiçada de amores por ele, mas o peregrino não foi acometido da mesma paixão, por estar em jornada piedosa. A mulher, despeitada pela indiferença do homem, urdiu a sua vingança, escondendo-lhe na bagagem valiosas pratas. Na manhã seguinte, o peregrino foi preso por ladrão, quando lhe encontraram as peças de prata no bornal. Levado à presença do juiz que se preparava para almoçar galo assado, o homem jurou-se inocente, mas perante as provas e segundo o costume, o juiz condenou-o à forca. O peregrino, subitamente inspirado pela intervenção divina, disse então ao juiz: - É tão certo eu estar inocente, como certo é esse galo assado cantar e provar a minha inocência. No momento em que penduravam o homem na forca, o galo ergueu-se e cantou mesmo. O juiz, perante o milagre, correu à forca e encontrou o peregrino pendurado pelo pescoço, mas salvo por São Tiago que o segurava pelos pés.

        Segundo a mesma lenda, o peregrino terá voltado a Barcelos alguns anos mais tarde e terá erguido o monumento.

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