segunda-feira, 31 de julho de 2017

Solar dos Condes de Santar

País: Portugal
Concelho: Nelas
Freguesia: União das Freguesias de Santar e Moreira

Avenida Viscondessa de Taveiro, Santar.
É pertença da Sociedade Agrícola de Santar (produz vinho do Dão).
A construção do núcleo primitivo da casa remonta ao século XVI, por João Gonçalves do Amaral.
O solar atual é composto por dois corpos diferenciados. O mais baixo corresponde à construção do século XVII, sendo o segundo da centúria seguinte.
É antecedido por passeio lajeado, desnivelado da estrada, com murete baixo, onde assentam frades de pedra acorrentados.
O corpo primitivo desenvolve-se em dois andares, com capela ao centro e remate em empena com cruz. O templo, datado de 1678, é rasgado por portal retangular, encimado por cornija com modilhões onde assenta uma pedra de armas dos Melos, Pais do Amaral e Castelo Branco, entre dois pináculos, sobrepujado por óculo circular profundo e pequeno nicho. Tem campanário lateral. O interior da capela é composto por nave única e abside. É coberto por um teto de caixotões e revestido por um silhar de azulejos padrão. Alberga pinturas e um retábulo de talha dourada seiscentista. No pavimento encontra-se uma sepultura epigrafada do capitão-mor de Senhorim, António Pais do Amaral, com pedra de armas encimada por chapéu eclesiástico.
O corpo setecentista é simétrico e maior, articulado por pilastras rematadas por pináculos, com a zona central mais alta, marcada por frontão triangular contendo brasão de armas.
Adossado à esquerda da fachada situa-se muro com portão encimado por empena polilobada com pedra de armas, flanqueada por pilares rematados por pináculos.
Destaque para a Sala dos Coches com pavimento em tijoleira e teto de madeira sobre três pilares de granito.
A Cozinha Velha, construída em 1690, tem planta retangular. Alberga uma granítica fonte natural tipo relicário (com nicho de Santo António) e tanque quadrangular rasteiro, e uma ampla lareira de cantaria com grande chaminé.
No prolongamento da fachada da Cozinha encontra-se uma fonte datada de 1700, com revestimento azulejar figurativo, azul e branco, com cenas de caça.
Para sul estende-se o jardim e a quinta agricultada com vinha. A quinta, com forma quase retangular, está dividida em terraços, de cotas cada vez mais baixas à medida que se desce a encosta de suave declive. O jardim desenvolve-se em três amplos terraços, cada qual com diferente e rigoroso desenho de buxo. No primeiro terraço surge um jardim de buxo do século XX que joga com roseiras, elementos de água e estatuetas de granito. Os terraços seguintes são em desenho de buxo centenário. É comum aos três terraços um caminho central que termina num enorme lago envolvido por um pequeno bosque.
Num grande pátio junto à casa surge a Fonte dos Cavalos, construída em 1727 por ordem de José de Mello Pais do Amaral. Está revestida a azulejos datados de 1790, da autoria de José Maria Pereira do Cão, representando figuras equestres. Possui no centro um brasão, sobre o qual uma máscara grotesca lança água para um bebedouro de pedra.
No extremo sul do jardim situam-se as adegas, em cuja sala de Provas existe um arco ultrapassado de moldura decorada que assenta diretamente no chão.

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