Portugal \ Leiria \ Figueiró dos Vinhos \ União das Freguesias de Figueiró dos Vinhos e Bairradas
Praça da República, Figueiró dos Vinhos.
Dedicada a São João Baptista.
Está classificada como Monumento Nacional desde 17 de agosto de 1922.
A igreja da então Figero foi referenciada pela primeira vez em 20 de maio de 1216, sob a evocação de Santa Maria. Esta menção surge na bula Cum venerabilis frater, de Inocêncio III, onde são mencionadas algumas igrejas da atual região norte do distrito de Leiria.
A designação de São João Baptista surge entre 1320 e 1321. Durante esse século terá sido reconstruída. Deste templo nada resta.
O atual edifício terá sido construído entre os séculos XV – XVI pelos religiosos de Santa Cruz de Coimbra.
Entre
1664 e 1683 beneficiou de obras de remodelação, sendo prior Bento Pereira de
Araújo.
Em 1684, o capitão-mor da Índia,
Manoel Godinho de Sá, cavaleiro do Hábito de Cristo, fez doação à confraria do
Santíssimo Sacramento da Igreja Matriz de Figueiró dos Vinhos de um belíssimo
cofre de prata, cheio de pregaria, “por Deus o haver trazido ao Reino”. Este
cofre é um exemplar único no país, considerado uma joia da ourivesaria
Indo-Portuguesa, datado de 1651.
Em 1721 era benefício do colégio
de Santa Cruz de Coimbra, que apresentava o prior.
O terramoto de 1755 provocou alguns estragos, logo reparados.
Entre 1777 e 1798 beneficiou de obras levadas a feito pelas confrarias do Espírito santo e do Santíssimo Sacramento.
Em 1811, as tropas napoleónicas destroem e saqueiam a igreja.
Em 1881 beneficiou de obras de
reparação.
Entre 1898 e 1904 sofreu obras de
remodelação sob a direção do arquiteto Luiz Ernesto Reynaud, tendo sido
reformulada a fachada, com exceção do pórtico renascença, e de conservação do
interior.
Na década de 1960 sofreu novas
obras de conservação e restauro, tendo-lhe sido suprimidas as grades de ferro
forjado que separavam as naves, bem como as balaustradas de madeira entalhada
que fechavam a capela-mor e a capela do Santíssimo Sacramento e o púlpito, para
além das sanefas de talha que encimavam os altares e do arco que guarnecia a
capela de Nosso Senhor dos Aflitos. Demolida também a sacristia sul, com porta
para a capela-mor, que ainda se conserva.
A frontaria foi remodelada entre 1898 e 1904, sob a direção do arquiteto Luiz Ernesto Reynaud.
A empena da fachada termina em corpo retangular ornado por flores-de-lis.
É
rasgada por belo pórtico, em pedra lavrada, sobrepujado por frontão com
volutas, interrompido por nicho com a imagem do orago São João Baptista, da
autoria do escultor Simões de Almeida (tio). O portal data do último quartel do
século XVI, com reparação em 1708 pelo mestre pedreiro João Álvares. Sobre este
abre-se um óculo neogótico.
Está rodeada por duas torres quadrangulares, sendo a do lado norte protegida por balaustrada e encimada por coruchéu piramidal. Rasgada por janelas de moldura e gradeamentos neogóticos.
O interior é composto por três naves de cinco tramos, com a principal mais elevada, separada por colunas graníticas de capitel jónico, sobre as quais assentam arcos plenos. O teto é em madeira.
As paredes das naves ostentam várias pinturas dos séculos XVI ao XVIII.
A Arca tumular – ossário onde repousam Rui Vasques Ribeiro e sua esposa Dona Violante de Sousa, senhores de Figueiró e Pedrógão, data de 1456, ao estilo gótico. Repousa sobre dois leões. A lastra exibe os escudos dos defuntos dentro de quadrifólios, amparados por anjos, em meio relevo, enquanto as testeiras mostram a saída da alma do corpo do defunto.
O ossário esteve originalmente na capela-mor, do lado esquerdo, de onde foi removido provavelmente quando do revestimento da mesma com azulejos datados de 1716.
A
capela do Espírito Santo foi instituída por um prior de Arega, sendo, ao
tempo de Dom Afonso V, administrada pelos Senhores de Figueiró e Pedrógão.
Estes devem-na ter outorgado nessa época ao seu parente Lopo Rodrigues de
Magalhães.
Alberga uma escultura que representa a
Santíssima Trindade datada de finais do século XV e uma pintura mostrando
Pentecostes (descida do Espírito Santo) pintada no século XVII.
A capela-mor, dedicada ao orago São João Baptista, foi executada entre 1764 e 1799 pelo pedreiro Patrício José de Castro.
É antecedida por arco triunfal, lavrado e policromado, datado de finais do século XV.
Tem cobertura em abóbada de berço e está revestida com painéis de azulejos azuis sobre esmalte branco, representando cenas da vida de São João Baptista, datados de 1716, da autoria de Teotónio dos Santos. Estes azulejos são considerados uma das melhores obras de azulejaria portuguesa da região Centro.
O altar-mor, em talha policromada e dourada, data do século XVIII no estilo de Dom João V. Exibe uma grande tela pintada a óleo, representado O Baptismo de Cristo, datada de 1904, da autoria de José Malhoa.
A capela do Santíssimo Sacramento, em estilo barroco, ficou concluída em 1797. Destaca-se pela qualidade do conjunto.
Alberga uma escultura de Cristo Crucificado datada do século XVIII.
Painel informativo localizado junto ao monumento; 2021
Painéis informativos no interior da igreja; 2021
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