quinta-feira, 26 de julho de 2018

Igreja da Misericórdia de Chaves

Portugal \ Vila Real \ Chaves \ Santa Maria Maior

Largo Caetano Ferreira, Chaves, adossada ao antigo Hospital da Misericórdia.
Construção de finais do século XVII, em estilo barroco. Começou a ser construída em 1532 e terá sido erguida no local onde se encontrava uma capela dedicada a Nossa Senhora das Lágrimas, de inícios do século XV, que servia os vizinhos Paços dos Duques de Bragança.
É precedida por uma ampla escadaria, executada em 1921, no local onde funcionou, até 1839, um cemitério.
Apresenta uma frontaria cuidadosamente decorada, organizada em três panos e dois registos. Três portais antecedem a galilé, sendo o central mais largo, encimado no corpo superior por um esquema semelhante, mas com janelas resguardadas por balaustradas de madeira. O conjunto é separado por pilastras, tendo fronteiro colunas torsas sobrepostas, com capitel coríntio e remates em coruchéu. Termina em frontão com nicho integrando painel com Mater Omnium, ladeado por volumosas aletas com ornamentação vegetalista e coroado em frontão de volutas interrompido por cruz latina, entre coruchéus.
Adossado à fachada lateral direita encontra-se a Provedoria, datada de 1601, com a sua fachada linear e singela, contrastando com a rica decoração da igreja. É apenas animada pela balaustrada da janela e pelo frontão triangular. Lateralmente, uma robusta pilastra é sobrepujada por sineira coroada por cruz latina de reduzidas dimensões.
O interior, de uma só nave, é caraterizado por uma exuberante decoração. 
Sob a galilé situa-se o coro-alto composto por balaustrada granítica. 
As paredes são totalmente revestidas de valiosos painéis de azulejos azuis e brancos do século XVIII, ilustrando vários motivos e cenas bíblicas (Bodas de Canã, Ressurreição de Lázaro e Multiplicação dos Pães), atribuíveis a Oliveira Bernardes.
Cobre a nave, um teto de madeira pintada, de ornamento floral, tendo ao centro representada a Visitação. Nas extremidades figuram a esfera armilar coroada e o escudo nacional também coroado. Em redor, um enquadramento constituído por uma balaustrada com querubins sobre plintos, segurando grinaldas e castelãs. Obra pintada em 1743, assinada por Jerónimo da Rocha Braga.
O altar-mor é constituído por um grande retábulo de talha dourada e policroma, construído no século XVIII, em estilo barroco, profusamente decorado com querubins, cachos, folhagens, volutas e colunas torsas, apresentando planta de três eixos verticais, tendo ao centro uma ampla tribuna coroada por anjos de vulto que enquadram as arquivoltas do remate. Alberga um trono volumoso sob cobertura em caixotões. Saliente encontra-se um sacrário coroado por crucifixo com a imagem escultórica de Cristo com cabeleira.
Na sacristia estão pinturas das quais merece menção uma tábua do século XVII representando o Purgatório. 
Uma tela do século XVI, representando a Visitação, tem a assinatura de Afonso Sanches Coelho.
A fachada posterior assenta no paramento externo da cerca urbana medieval.

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