sábado, 24 de outubro de 2020

Mosteiro de Vila Nova de Muía

Portugal \ Viana do Castelo \ Ponte da Barca \ União das Freguesias de Ponte da Barca, Vila Nova de Muía e Paço Vedro de Magalhães


    Adro do Mosteiro, Vila Nova de Muía.

    Implantado ao fundo de um largo com cruzeiro, ladeado por construções particulares.

    Está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 20 de agosto de 1946.

    Mosteiro de cariz românico. Terá sido edificado em 1100 por Godinho Fajes de Lanhoso, companheiro de armas de Dom Henrique (1093-1112), de quem recebeu carta de couto, confirmada em 1141 por Dom Afonso Henriques.

    As Inquirições de 1220 mostram que o mosteiro tinha um domínio muito pequeno.

    Em 1549, estava unido ao mosteiro de Santa Maria de Refoios do Lima.

    Em 1580 foi integrado na Congregação de Santa Cruz de Coimbra.

    Em 1594 falece António Martins, último prior perpétuo e autor da alteração do frontispício.

    Em 1834, após a extinção das ordens religiosas, a comunidade monástica ficou reduzida a apenas dois elementos. A sua longa estrutura foi desmantelada e vendida em hasta pública, motivo pela qual, hoje, o mosteiro pertence a inúmeros proprietários.


    A igreja do mosteiro foi convertida em paroquial, dedicada a Nossa Senhora da Guia. Apresenta planta composta por nave única e capela-mor, ambas retangulares.


    A frontaria, remodelada no século XVI em estilo renascentista, é rasgada por pórtico de arco pleno ladeado por pilastras que suportam frontão triangular com inscrição e nicho, encimado por óculo quadribolado. Termina em empena.

    Tem adossada a sul, torre sineira de planta quadrangular, erguida no século XVI, também renascentista. É rasgada por fresta e quatro sineiras e encimada por cornija com gárgulas de canhão nos cunhais.

    O interior da igreja, com cobertura de caixotões pintados sobre madeira, é percorrido lateralmente por friso enxaquetado românico.

    Na parede norte da nave encontra-se um portal, entaipado, que dava acesso ao claustro. Composto por duas arquivoltas e tímpano esculpido com a Cruz de Malta.

    O arco triunfal, românico, é composto por duas arquivoltas decoradas com motivos lanceolados e formas romboidais, encimado por friso saliente, onde assenta mísula para pintura com Calvário emoldurado a talha.

    A capela-mor, aprofundada no século XVIII, tem cobertura de masseira em caixotões. Guarda altares e retábulos barrocos, em talha dourada.

    A norte do templo encontravam-se as antigas dependências conventuais, sacristia e uma torre defensiva tardo-medieval (séculos XIII-XIV).

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