domingo, 6 de novembro de 2016

Castelo de Penela

País: Portugal
Concelho: Penela
Freguesia: União das Freguesias de São Miguel, Santa Eufémia e Rabaçal

Rua do Castelo, Penela.
Classificado como Monumento Nacional desde junho de 1910. 
Implanta-se sobre uma colina calcária, em posição dominante sobre a vila.
Acredita-se que tem origem numa torre militar romana com a função de vigia da estrada que unia Mérida a Conimbriga e a Braga.
Em 716 foi invadida pelos árabes que aqui erigiram uma alcáçova.
Em 1064 foi tomada por Fernando Magno que a entregou ao conde Dom Sesnando Davides para a repovoar, facto comprovado no seu testamento datado de 1087. Integrava na época a chamada Linha Defensiva do Mondego e tinha como função a guarda avançada de Coimbra.
Em 1116 ou 1117 terá voltado a cair nas mãos dos mouros.
Em 1129 foi reconquistada por Dom Afonso Henriques que o mandou ampliar e converter o castelejo em torre de menagem.
No início do século XIV, Dom Dinis manda edificar a torre de menagem e a cerca da vila, composta por doze torres.
No século XV, o infante Dom Pedro, Duque de Coimbra empreendeu uma grande campanha de obras, com destaque para o Paço Ducal e a reformulação da Igreja de São Miguel, o castelejo e a Porta da Vila.
Em 1755, o Terramoto causou a queda da Torre do Relógio bem como a Porta com o mesmo nome. Para a reconstrução da torre, em 1760, foi sacrificada a pedra desta porta.
No século XX encontrava-se num estado próximo da ruína. A intervenção realizada pela Direção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais, nas décadas de 1940 e 1950, conferiu-lhe a sua configuração atual. Foram refeitas as muralhas e ameias e desmanteladas as casas adossadas às muralhas bem como a torre sineira setecentista.
O castelo apresenta planta poligonal irregular, de recorte sinuoso, aproveitando o escarpado natural. É constituída pelos estilos sesnadino, românico, gótico (no seu aspeto geral) e manuelino. Alberga no seu interior a Igreja de São Miguel e a casa paroquial/Museu de Arte Sacra.
A Porta da Vila, também chamada de Porta do Cruzeiro, situa-se a sudoeste. Foi erguida no século XV. Apresenta porta em arco pleno, no exterior do qual se começou a estender o arrabalde.
A Porta da Tradição, ou dos Campos, situa-se a nordeste. Foi erguida no século XIV durante a ampliação da cerca do castelo para acesso aos campos. A sua localização dissimulada permitia um trânsito discreto. É composta por uma dupla abertura em cotovelo integrada numa torre quadrangular, de grande eficácia defensiva: para além de dificultar a entrada de rompante das tropas inimigas e a utilização de arietes, encurrala-as num espaço de difícil movimentação, sujeitando-as ao disparo vertical por parte dos defensores do castelo que se encontram no alto das muralhas e torres. Esta saída permite contornar o castelo pelo estreito caminho de ronda entre as muralhas e o despenhadeiro de 90 metros, num percurso de onde se desfruta ampla paisagem envolvente.
Porta do Relógio ou Brecha das Desaparecidas, virada a sul, constitui atualmente a principal entrada no castelo. Era a porta que ligava o arrabalde mais diretamente à igreja. Ficou danificada com o terramoto de 1755 e mais tarde foi demolida. 
O Castelejo ou Torre de Menagem encontra-se no topo do mais alto afloramento rochoso. É o troço mais antigo do castelo, construído entre as décadas de 1070 e 1080 por Dom Sesnando. Esta pequena estrutura de recorte irregular aproveita de forma excecional o acidentado do relevo para garantir a segurança da estrutura. Constituía à época uma fortaleza perfeitamente autónoma, munida de todos os elementos essenciais: panos de muralha, pátio para albergar uma guarnição militar e um número reduzido de portas. No centro situava-se uma ampla cisterna escavada na rocha, para a recolha e armazenamento das águas pluviais, essencial à sobrevivência da população em caso de cerco. Foi Dom Afonso Henriques, após a conquista aos mouros, que a converteu em torre de menagem. 

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