segunda-feira, 16 de março de 2015

Pateira de Fermentelos

País: Portugal
Concelhos: Águeda, Aveiro e Oliveira do Bairro


Lagoa situada nos territórios dos concelhos de Águeda, Aveiro e Oliveira do Bairro.
Belíssima laguna, considerada a maior lagoa natural da Península Ibérica.
Está classificada com o estatuto de proteção comunitária pela Directiva Aves. Faz parte integrante da Zona de Protecção Especial da Ria de Aveiro e da Rede Natura 2000.
Mede 7,5 km de comprimento no sentido norte-sul e 1,6 km de largura máxima no sentido este-oeste, mas a profundidade, que não excede os 6,5 metros tem vindo a diminuir.
É navegável na quase totalidade da sua extensão.
Constitui a sobrevivência de um antigo braço marinho do fim da Era Quaternária, onde desaguavam os rios Águeda, Cértima e Vouga, antes da constituição da ria de Aveiro. É o que resta do antigo estuário do rio Vouga e um dos últimos vestígios do antigo traçado da costa marítima que foi substituída por uma nova costa que cresce desde perto de Gaia ao cabo Mondego. Esta nova costa veio a servir de dique que reteve o Vouga e obrigou a formar a ria que tinha outro traçado: ia por Ovar, Estarreja e Angeja (Albergaria-a-Velha), até perto de Águeda. O último vestígio dessa grande reentrância marítima é precisamente a Pateira de Fermentelos.
Esta zona lagunar foi cobiçada durante séculos pela riqueza agrícola, variedade de caça e pesca. A Casa Real e as famílias nobres vigiavam estes terrenos, avivando os marcos divisórios arrancados pelas populações inconformadas com a propriedade privada. O local era largamente florestado onde se caçavam javalis e veados – e daqui procede o topónimo primitivo de Foramontanelos, por ser local adstrito à Coroa, ao serviço da montaria, sendo “foro” de montanos ou monteiros. Esta zona húmida adquiriu a designação de Pateira por ter sido um local de eleição de Dom Manuel I que ali caçava patos.
As águas da Pateira são povoadas por uma fauna e flora riquíssimas e serve de refúgio a centenas de patos e outras aves migratórias como cegonhas, galeirões, garças, guarda-rios, lontras, mergulhões, milhafres, narcejas, perdizes e tartaranhões.
Nas suas águas proliferam as mais variadas espécies piscícolas: achigãs (considerado um ex-libris gastronómico da Pateira), barbos, carpas, enguias, lagostins, lampreias, pimpões, robalos e tainhas.

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