segunda-feira, 6 de abril de 2020

Cadeia e Tribunal da Relação do Porto

Portugal \ Porto \ Porto \ União das Freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória

Rua de São Bento da Vitória e Campo Mártires da Pátria, Porto.
Alberga o Centro Português de Fotografia.
Classificado como Monumento Nacional desde 1 de março de 2017.
O primeiro edifício da Relação do Porto foi mandado construir por Filipe I, em 1594, obra de Pantaleão Pereira e seu pai Francisco João, ficando concluído em 1608.
Por volta de 1630 sofreu um incendio e a sua reconstrução terá ocorrido na segunda metade do mesmo século.
Em 1765 foi colocada a primeira pedra para a construção de um novo Tribunal da Relação e Cadeia, mandada construir pelo corregedor das Justiças, João de Almada e Melo, segundo projeto de Henrique Ventura de Sousa Lobo. Ficou concluído em 1796.
O imóvel apresenta planta trapezoidal e divide-se horizontalmente em duas zonas, a inferior em aparelho rústico e a superior.
Na fachada principal, voltada para a Rua de São Bento da Vitória, destaca-se o pórtico monumental, dividido em três áreas: o pórtico composto por portada; janelão com varanda; e frontão triangular decorado com as armas reais, encimado por três estátuas, com a do centro simbolizando a Justiça e entre elas, troféus.
No frontispício virado para nordeste existe um fontanário chamado de Fonte da Porta do Olival, por outrora se situar defronte à Porta com o mesmo nome. Sobre esta emergem cinco consolas que sustentam uma varanda resguardada por uma grade de ferro. Por cima da cornija eleva-se as armas reais, flanqueadas de troféus.
Em 1936/7 o tribunal foi transferido para o Palacete do Visconde de Pereira Machado, situado na esquina das ruas Formosa e da Alegria.
Em 1974, foi a vez de a cadeia ser transferida, neste caso para Custóias (Matosinhos).
No interior, além das celas e da sala do Tribunal, existe um conjunto de dependências associadas: capela, enfermaria, cozinha, quartos para os cozinheiros e salas para os guardas.
De entre os presos que passaram por esta cadeia, realça-se o escritor Camilo Castelo Branco que aqui escreveu Amor de Perdição e Memórias do Cárcere na hoje designada Cela de Camilo.
Em dezembro de 1989 foi adjudicado ao arquiteto Humberto Vieira o projeto de recuperação e remodelação do edifício, concluídos em 1993.
Em 1997 instala-se no edifício o Centro Português de Fotografia.

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