domingo, 12 de abril de 2020

Sé Catedral do Porto

Portugal \ Porto \ Porto \ União das Freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória

Terreiro da Sé, Porto.
Implantada numa elevação denominada Morro da Pena Ventosa.
A Catedral do Porto funciona também como Igreja Paroquial da Sé, dedicada a Nossa Senhora da Assunção.
Está classificada como Monumento Nacional desde 23 de junho de 1910.
Igreja imponente, com aspeto de fortaleza. É a segunda mais antiga catedral de Portugal, iniciada em 1147, durante o bispado de Dom Fernão Martins Pais. Foi a rainha Dona Teresa quem financiou a construção da catedral portucalense e acompanhou a par e passo o andamento das obras, que visitava quase diariamente. Substituiu a primitiva Sé, construída no século XI, situada a sul da atual, de que subsistirá um capitel.
Em 1387, Dom João I e Dona Filipa de Lencastre, escolheram esta catedral para se casarem. Também aqui, se pensa, que foi batizado o infante Dom Henrique.
Ao longo dos séculos, o edifício sofreu várias alterações, mas as mais profundas ocorreram no século XVIII.
As fachadas são em cantaria de granito, rematadas por ameias ornamentais e reforçada por arcobotantes.
O acesso ao portal processa-se por escada de dois lanços divergentes, com arranques zoomórficos serpentiformes, com patamar protegido por guarda de ferro.
A frontaria é composta por corpo central ladeado por duas torres sineiras. O primeiro é constituído por amplo arco de volta perfeita apoiado em pilastras, organizado por portal maneirista ladeado por quatro colunas suportando entablamento, sobre o qual se elevam fragmentos de frontão recortados interrompidos por varandim balaustrado. Sobre este, uma estrutura com nicho contendo a imagem de Nossa Senhora da Assunção, enquadrada por pilastras. Sobrepuja o conjunto, bela e grandiosa rosácea gótica datada do século XIII. O corpo central termina em ameias. É flanqueada por duas torres sineiras com ventanas em arcos de volta perfeita, rematadas por guarda balaustrada e cobertura em cúpula bolbosa pétrea.
O pano lateral que liga a torre sineira norte à galilé é rasgado por nicho com a imagem de granito de São João Nepomuceno, concebida em 1766.
Na fachada voltada a norte, adossada à nave, encontra-se uma loggia ou galilé, em estilo maneirista e barroco, datada de 1736 e atribuída a Nicolau Nasoni. Substituiu uma anterior do tempo do bispo Dom Diogo de Sousa (1496-1505). É aberta por cinco arcos de volta perfeita assentes em pilastras, com guardas balaustradas. Remata em entablamento encimado ao centro por espaldar com cornija quebrada interrompida por pináculo, ladeado por frontões curvos também interrompidos por pináculo piramidal. Próximo aos extremos, a cornija do entablamento eleva-se em semicírculo, coroada por pináculo idêntico aos restantes. No interior, com cobertura abobadada, as paredes são ritmadas por pilastras, sendo os vãos dos arcos constituídos por bancos de espaldar e revestimento azulejar figurativo azul e branco, concebidos em 1934 por João Alves de Sá, com legendas do Apocalipse e dos Salmos. É antecedida por escadaria composta por lanço em leque de acesso a patamar intermédio de onde partem dois lanços divergentes de acesso ao patamar superior.
Possui planta em cruz latina, com três naves de cinco tramos, encimada por abóbada de berço ligeiramente quebrado e iluminada pela enorme rosácea. No topo do transepto situam-se as capelas do Santíssimo Sacramento (lado do Evangelho) e de São Pedro (Epístola). São enquadradas por estrutura de talha dourada, composta por quatro colunas decoradas com motivos fitomórficos.
O coro-alto está assente em arco de volta perfeita suportado por colunas idênticas às da nave, totalmente ocupado pelo grande órgão de tubos, um dos quatro grandes órgãos sinfónicos da cidade, datado de 1855, da autoria de Georg Jan.
O cruzeiro da nave, coberta em abóbada polinervada, é iluminado em três faces por janelas de arco quebrado, em torre lanterna pouco elevada.
Os braços apresentam cobertura em abóbada de berço e têm nos seus topos as capelas de Nossa Senhora do Presépio (Evangelho) e de Santa Ana (Epístola). Ambas estão enquadradas por composição pétrea, composta por arco de volta perfeita, enquadrado por quatro pilastras que suportam entablamento. Este é encimado por tabela retangular vertical, rematado por frontão triangular interrompido e ladeado por aletas. Nos extremos elevam-se pináculos piramidais com bola.
O arco triunfal, de volta perfeita, assenta em par de pilastras de capitel compósito dourado. Está ladeado pelas capelas retabulares colaterais dedicadas a Nossa Senhora de Vandoma (Evangelho) e a Nossa Senhora da Silva (Epístola).
A capela-mor, de estrutura maneirista, é protegida por grade de comunhão. Tem cobertura em abóbada de berço com caixotões pétreos recorrendo a jogo de mármores policromos a preto, branco e rosa. Os janelões que se encontram junto à parede testeira são protegidos por guarda em balaustrada. Adossado às paredes e confrontantes, o cadeiral dos cónegos, em pau-preto, de três filas, encimado por órgãos barrocos em talha dourada, de três castelos, sendo o central proeminente. O retábulo-mor, em talha dourada ao estilo barroco joanino, é definido por cinco colunas torsas, percorridas por espira fitomórfica. Ao centro é constituído por dois vãos sobrepostos, o inferior formando um nicho definido por pilastras contendo o sacrário e sobre este, a tribuna em arco de volta perfeita, com a representação da Santíssima Trindade e Nossa Senhora da Assunção.
No seguimento da fachada desenvolve-se a Casa do Cabido com a capela de São João, o claustro gótico, as capelas de São Vicente e de Nossa Senhora da Piedade, o claustro velho e a sacristia.
O claustro gótico, datado do século XIV, apresenta planta quadrangular e é composto por dois pisos. No inferior é constituído por quatro galerias, com coberturas em abóbadas em cruzaria de ogiva e paredes revestidas a painéis de azulejo figurativos a azul e branco. De cada uma das galerias abrem-se quatro arcos apontados, inscrevendo-se em cada um deles um enorme óculo vazado e três arcos menores, assentes em colunelos geminados. Estão fechados por murete, com acesso central.
No centro do claustro Gótico situa-se um cruzeiro em pedra, assente em três degraus octogonais, onde se eleva o soco, encimado por coluna facetada com peanha adossada albergando a Virgem. É rematado por cruz florenciada com a figura de Cristo na face frontal e Nossa Senhora da Piedade na posterior.
O piso superior do claustro Gótico é protegido por gradeamento simples em ferro. As alas sul e oeste são enriquecidas por painéis de azulejo figurativo azul e branco.
A capela de São Vicente, na ala sudoeste, foi construída entre 1582 e 1591.
O claustro Velho, com acesso a partir da sala Este do claustro Gótico, segue o exemplo da Sé Velha de Coimbra.

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