Praça de Almeida Garrett, Porto.
Estação ferroviária de topo de linha.
Classificado como Imóvel de Interesse
Público desde 31 de dezembro de 1997. A classificação inclui, além da Estão dos
Caminhos-de-ferro, a gare metálica, os painéis de azulejos e a boca de entrada
do túnel.
Construção iniciada em 1900, segundo
projeto do arquiteto José Marques da Silva, sendo inaugurado a 1 de Maio de
1915 pelo rei Dom Carlos. Foi erguida no local onde existiu o Convento das
monjas beneditinas de São Bento de Avé Maria, fundado em 1518 por Dom Manuel I.
O edifício apresenta planta em “U”, com
fachada toda em cantaria de granito, simétrica e de grande rigor geométrico. É
composta por corpo central mais baixo, que corresponde ao átrio principal e, em
cada extremidade, duas torres de três pisos.
Apresenta no amplo átrio, painéis de
maravilhosa azulejaria, datados de 1930, da autoria de Jorge Colaço. Constituem
um dos símbolos da corrente nacionalista e historicista do azulejo português do
século XX, sendo considerado o mais notável conjunto do género existente em
Portugal.
Junto ao teto surge um friso policromado de
alguns meios de transporte utilizados pelo Homem, emoldurado por faixa em azul
e dourado, segundo uma organização geométrica estilizada, com círculos
quadripartidos em cruz.
Na parede do topo norte, uma grande
composição, a toda a largura, representa o torneio de Arcos de Valdevez com o
impressionante choque de dois grupos antagónicos tendo por fundo grupos de
outros cavaleiros. Esta composição é monocromática, executada em azul e branco,
como todas as que a seguir se descrevem. Num nível inferior, outra composição
representa o cumprimento da palavra de Egas Moniz apresentando-se em Toledo
perante Afonso VII de Castela e, oferecendo a sua vida, a da mulher e a dos
filhos para resgate da palavra dada no cerco de Guimarães.
No topo sul, a composição superior representa
a entrada no Porto de Dom João I e de Dona Filipa de Lencastre, a cavalo, para
celebrarem o seu casamento. No nível inferior é retratado a conquista de Ceuta,
tendo como figura principal o infante Dom Henrique que subjuga os mouros.
No tramo esquerdo da parede da gare, aparece
representada a procissão de Nossa Senhora dos Remédios de Lamego e, sob este,
dois painéis representando o cumprimento de uma promessa de joelhos (esquerda)
e uma ida à fonte (direita).
Os panos centrais da mesma parede
representam quatro cenas de trabalho: vindima, ceifa, embarque de vinho no
Douro e faina numa azenha.
No tramo direito da parede da gare estão
representados a romaria de São Torcato de Guimarães e, sob este, dois painéis
representando uma feira de gado (esquerda) e um arraial de romaria (direita).
Em 2011, a revista Travel & Leisure classificou-a como
uma das 14 mais belas do Mundo.
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