Bairro de origem medieval que se estende desde a Sé Catedral até à margem do rio Douro.
É um dos cartões-de-visita do centro
histórico da cidade, um lugar onde se respira a memória do Porto e onde a beleza
arquitetónica se alia aos espaços de lazer.
O conjunto da Praça da Ribeira e toda a
área envolvente está classificada como Imóvel de Interesse Público desde 22 de
novembro de 1971. Faz também parte da zona declarada pela UNESCO, em 1996, como
Património da Humanidade.
A zona é composta por um autêntico labirinto
de ruas lajeadas, escadarias, calçadas, casario austero, arcos e pequenos becos,
além de inúmeros restaurantes e cafés com esplanadas, e casas típicas de
artesanato.
A praça da Ribeira foi o mais importante
centro da atividade comercial do Porto, desde os confins da Idade Média até aos
começos de oitocentos, altura em que esse protagonismo foi assumido pela então
chamada Praça Nova, a atual Praça da Liberdade.
A mais antiga referência à Praça da
Ribeira é do ano 1389, numa carta régia que Dom João I enviou à cidade do
Porto. No entanto julga-se que já existia, pelo menos, desde 1339, referenciada
num testamento. Da leitura deste documento verifica-se que as casas da Praça
eram como as da maior parte das ruas do burgo, feitas de madeira e cobertas de
colmo.
Em finais do século XV, um incêndio consumiu
toda a envolvência da Praça da Ribeira, levando à sua reconstrução em 1497, em
pedra e cal e fachadas assentes em cantaria e em colunas, formando arcos, como
em Miragaia.
No século XVIII foi transformada como se
conhece atualmente, por iniciativa do corregedor João de Almada e Melo e seu
filho, Francisco de Almada e Mendonça. O primeiro foi quem determinou a
reconstrução da nova praça, segundo projeto desenhado pelo então cônsul inglês
no Porto, John Whitehead. As obras foram iniciadas em 1771 e só em 1779 ficaram
parcialmente concluídas. João de Almada quis fazer na Ribeira uma imitação, em
ponto pequeno, da Praça do Comércio lisboeta. As casas seriam construídas sobre
arcadas monumentais mas isso só aconteceu na parte poente da praça, ficando o projeto
incompleto. Desta remodelação, apenas foram construídos os referidos edifícios
a poente, até à platibanda intermédia, e a monumental fonte de São João que serve de
pano de fundo, no lado oposto ao rio. Data ainda dessa época a abertura da Rua
de São João, sobre o antigo leito do rio da Vila, hoje completamente subterrâneo,
para ligação à zona alta da cidade.
Em 1821/22, foi demolida a
Porta da Ribeira e o seu pano de muralha fernandina, que limitava a praça a sul,
abrindo a Praça para o rio.
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